O centro comercial Espaço Guimarães, localizado naquela cidade minhota, passou a ser um dos primeiros do mundo a proporcionar uma nova sinalética para daltónicos, através de um código de cores desenvolvido também em Portugal, pela empresa ColorADD.
O anúncio foi feito pela proprietária do centro, Klépierre, que tem cerca de uma centena de centros comerciais em toda a Europa. Depois de Guimarães, seguem-se todos os ‘shoppings’ daquela empresa presentes em território português e espanhol.
De acordo com uma nota publicada no site da Klépierre, este projeto “cumpre com 6 dos 17 objetivos da ONU para o desenvolvimento sustentável, promovendo a diversidade e inclusão e reduzindo, por isso, as desigualdades entre pessoas”.
O “alfabeto das cores” – como é chamado – foi implementado em todo centro comercial, desde parques de estacionamento, zonas de separação de resíduos para as equipas internas e também para o cliente final, ou até, na sinalética dos trincos de casa de banho.
Com esta implementação integral, a Klépierre torna-se a primeira empresa de centros comerciais do mundo a implementar em todos os pontos de contacto com o cliente e colaboradores, o código ColorADD e a adotar o código internacionalmente.
Para Javier Cuellar, Head of Iberia Territory, “foi profundamente gratificante ver este projeto surgir por iniciativa da equipa do centro comercial Espaço Guimarães, de forma absolutamente empenhada, assim como todo o envolvimento das demais equipas para a sua implementação em todos os centros comerciais da Klépierre Ibéria. Esta atitude é o reflexo inequívoco de como as nossas equipas sentem e vivenciam a nossa política de responsabilidade social, ActForGood® e privilegiam valores como a solidariedade, a inclusão e a diversidade.”
Explica a empresa que o sistema de cores ColorADD® foi criado em Portugal, mas com âmbito internacional, para tornar a comunicação mais eficiente, responsável e inclusiva, facilitando o dia a dia destas pessoas. O código permite, a quem tem discromatopsia, mais conhecida por daltonismo, identificar cores, sempre que estas são um fator de identificação, orientação ou escolha.
Através de 5 símbolos gráficos que representam as cores primárias – amarelo, magenta e azul – assim como branco e preto. A partir da junção destes símbolos, tal como acontece com a adição de cores, é possível criar novos símbolos gráficos, que representam as restantes cores. É ainda possível fazer referência a cores claras e escuras, se estes símbolos se encontrem dentro de quadrados brancos ou pretos.
O daltonismo é uma doença genética que consiste na dificuldade ou incapacidade de uma pessoa distinguir algumas ou todas as cores. Afeta cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo e estima-se que em Portugal, 500 mil homens e 27 mil mulheres sofram desta incapacidade de identificar cores. A cor é um dos meios mais utilizados para comunicar: estão em sinais de trânsito, em informações nutricionais e até na roupa que vestimos. Segundo alguns dados, 41% das pessoas com daltonismo já teve dificuldade de integração e 90% pede ajuda quando compra peças de vestuário.
Para Miguel Neiva, criador do código ColorADD, esta parceria internacional terá a capacidade de multiplicar o conhecimento e divulgação do código: “Tudo se torna mais simples e motivador, quando se sente que partilhamos os mesmos valores. E foi isso que aconteceu desde o primeiro contacto que tivemos com a Klépierre. Uma relação win-win-win, onde todos somos parte da solução e um exemplo de “boa prática” na inclusão. Sem dúvida, uma implementação que queremos ver replicada e, inquestionavelmente, temos na Klépierre um parceiro de excelência para – em conjunto – promover internacionalmente uma sociedade mais inclusiva para todos”.
O código ColorADD, numa primeira fase, será implementado em todos os centros comerciais a nível ibérico até ao fim de 2022, sendo o Espaço Guimarães o primeiro centro comercial a implementar o código e a receber o evento de apresentação em março.
Notícia atualizada às 13h03 (28/03) com correção sobre o centro comercial Mar Shopping, que pertence à Ingka Centres e não à Klépierre.