O centro histórico de Viana do Castelo vai passar a ter, ainda este ano, um espaço de memória e imagem para mostrar o espólio fotográfico e postais antigos doados à Câmara Municipal, disse esta sexta-feira o autarca local.
“Temos um espólio muito valioso e é altura de o darmos a conhecer às novas gerações. Precisamos de espaço dedicado à memória e à imagem onde as pessoas possam consultar esse espólio, fazer pesquisa, exposições, entre outras ações”, afirmou o presidente da Câmara, José Maria Costa.
O autarca socialista adiantou que projeto está previsto no programa de reabilitação urbana que o município candidatou aos novos fundos comunitários.
“Estamos a procurar um edifício do centro histórico que possa ser trabalhado nesse sentido. Temos várias alternativas mas ainda não há uma decisão”, disse, adiantando que “o novo espaço abrirá portas ainda este ano”.
Segundo José Maria Costa o projeto “ganhou força” com a doação, esta semana, à autarquia, de mais de dez mil fotografias que retratam mais de um século de história do concelho.
Trata-se do acervo de três gerações de fotógrafos da mais antiga casa de fotografia da cidade, com 105 anos de existência.
O início de construção do prédio Coutinho, na segunda metade da década de 1970, é apenas um dos exemplos do desenvolvimento urbanístico da cidade captado pelas objetivas da Fotografia Roriz, onde se encontram ainda retratos de usos, costumes, tradições e habitantes da cidade.
Desde a escavação das fundações, no terreno de 975 metros quadrados onde estava instalado o mercado municipal da época, que a Câmara vendeu em hasta pública, à elevação dos 13 andares do edifício construído por Fernando Coutinho, na altura emigrante no Zaire, todo o processo foi registado em fotografia.
Àquele registo de um século de reportagens sociais e históricos da cidade, explicou o autarca, “junta-se o do um antigo jornalista Severino Costa e de um fotógrafo local, Gualberto Boa Morte, entre outros”.
Com o novo centro de memória e imagem a autarquia pretende “preservar o património que tem sido doado ao município e dá-lo a conhecer ao público”.
“Queremos também incentivar os jovens a continuar a fazer fotografia, proporcionar aos artistas jovens um espaço onde possam expor os seus trabalhos e promover tertúlias. Será um espaço muito interativo”, garantiu.
José Maria Costa sublinhou que o acervo do arquivo municipal “é riquíssimo” mas “nem todo está digitalizado, trabalhado e devidamente catalogado”.
“Esse é um trabalho mais moroso em que queremos envolver a comunidade local. É um desafio que lançaremos às escolas do ensino superior do concelho e a voluntários que queira colaborar”, disse.