Escultor alemão termina obra sobre Amadeo Sousa Cardoso

Artista é apoiado pela DST

A DST é o seu principal mecenas. O escultor alemão, Wolker Schnuettgen, radicado em Portugal há 30 anos, concluiu uma escultura em pedra, evocativa da obra do artista Amadeo Sousa Cardoso, que lhe foi encomendada pela Câmara Municipal de Amarante. O escultor diz ter-se “inspirado nos motivos presentes nas pinturas do grande pintor modernista, e nos seus desenhos cubistas”.

A obra, intitulada Casa de Amadeu – Homenagem a Amadeu de Souza-Cardoso e que tem uma altura de 3,25 metros, será colocada pelo Município amarantino em espaço público no âmbito de uma evocação, iniciada em 2018, dos cem anos da morte prematura (com 30 anos) do artista, integra uma encomenda camarária de quatro outras esculturas, feita através da Cooperativa Árvore, a diferentes autores: “trabalhei, quase cinco semanas, um bloco de granito numa pedreira da Póvoa de Lanhoso, num espaço e com equipamento cedidos pela empresa Nicolau Macedo S.A (do grupo empresarial ABB, de Braga)”.

31.ª em espaço público

Foto: DR

Esta será a 31.ª escultura sua, em pedra, aço ou madeira, colocada em espaço público, a maior parte delas em cidades portuguesas, mas também na Alemanha e na Suécia”.

Wolker Schnuettgen, que vive em Sintra e se vai naturalizar português, tem como principal mecenas em Portugal, a empresa DST, de Braga, do empresário José Teixeira: “além de me ter comprado várias esculturas, julgo que dez, ao todo, patrocinou uma exposição retrospetiva do meu trabalho que fiz na Universidade do Porto e a edição de um livro sobre a minha obra”, salienta.
Uma das peças que ficou na DST foi um pórtico, de nome Padra, inspirado na frase de Fernando Pessoa: “O mito é o nada que é tudo”.

Foto: DR

Foi, também, na Bysteel, do mesmo grupo empresarial, que começou a trabalhar em aço inox, material difícil mas que traz resultados especiais. Beneficia, ainda, do apoio e cooperação da Galeria Zet, de Braga, criada pela DST, onde tem várias peças. Esculpe, também, em madeira, em carvalho do tipo francês, mas trazido da Alemanha.

O autor, de 60 anos, que deu aulas na Escola de Belas Artes do Porto e fez inúmeras exposições, não rejeita as origens, mas já se sente português: “quando a seleção de Portugal joga com a da Alemanha, eu torço pela portuguesa”, afirma, sorridente.

“É terra e céu”

Foto: DR

No livro sobre a sua obra, Helena Mendes Pereira, diretora da ZET e curadora da exposição no Porto, escreve: “conhecemo-nos por intermédio de José Teixeira e a empatia foi imediata. Agradou-me o território díspar que a sua obra toca: simultaneamente é terra e é céu, estabelece relações com a água e o fogo, numa circular elementar que não perde a emergência da linguagem das vanguardas”.

Na mesma obra, José Teixeira escreveu: “Há a partir do Volker um reencontro com a parte do meu tempo que mais influenciou todo o tempo que vivi na idade adulta. Trata-se de um reencontro pleno de todos os sentidos e de igual forma reminiscente por partes serem lembranças quase apagadas. Há muita inconsciência em parte das recordações a partir dos três elementos de trabalho de Volker, da pedra, do aço e da madeira”.

 
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