Carla Filipa Ferreira, de 26 anos, e Pedro Silva, de 34, estão com cara de sono. São os pais do pequeno Enzo, o primeiro bebé a nascer, em 2023, no distrito de Braga. Vivem ao ritmo do mais recente membro da família que mama de duas em duas horas. O MINHO visitou a família, na sua residência, em Santa Eulália, Vizela, e entregou o cheque de 250 euros, uma oferta do Continente.
Enzo nasceu à 01:53 da madrugada do primeiro dia do ano, no Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães. O nascimento estava inicialmente previsto para o dia 19, “depois da última consulta ficou marcado para dia 12, mas nada fazia prever que chegaria tão cedo”, confessa Carla.
Todavia, no dia 31, quando acordou, a mãe percebeu que as águas tinham rebentado e, portanto, era hora de ir para o hospital. “Tiveram que me induzir o trabalho de parto”, conta. Para ajudar a parturiente a ultrapassar as dores deram-lhe uma anestesia epidural, porém, o processo prolongou-se e, por fim, já nada a aliviava. “Depois das 22:00 deixou de fazer efeito. Foram as piores dores que senti na minha vida, mas depois de ver o meu bebé repetia tudo de novo”, afirma a mãe.
Quando se fala em mais filhos, eventualmente uma menina, tanto Pedro como Carla não dizem que sim, nem que não. Sorriem, como quem diz que se fosse só por uma questão de vontade, então seria, mas não é assim. Os dois vêm de famílias humildes e lutaram muito para conquistar o que hoje têm. Pedro aponta à volta para a moradia do casal, “até aqui era a nossa casa, quando aqui chegamos, disse-lhe que esta era a casa dele”.
“Começamos num T1 alugado, com uma mobília de quarto oferecida”, acrescenta Carla. Levaram sete anos, desde que passaram a viver juntos, até tomarem a decisão de terem o primeiro filho. “Queríamos saber se dava certo, depois queríamos ter condições”, reconhece Pedro. Carla trabalha na indústria do calçado e Pedro é operário têxtil. “Embora não queira que ele se estrague, não lhe vai faltar nada”, garante o pai.

Foi o pai que escolheu o nome
Pedro é um pai e um marido que participa em todas as tarefas. “Para já é ele que faz tudo em casa, eu ainda tenho muita dificuldade para me mexer”, reconhece Carla. “Se o Enzo acorda e é preciso mudar a fralda, sou eu que trato, se é preciso dar de mamar, não posso ser eu”, diz o pai, bem disposto, apesar do ar cansado.
O nome do primogénito, Enzo, foi escolhido por Pedro. A combinação era que fosse o pai a escolher se fosse um rapaz, a mãe escolheria o nome se fosse uma menina. “Se tivesse nascido uma menina seria Luena”, desvenda Carla.
O pai acompanhou a companheira desde o momento que ela entrou no hospital até ao nascimento do bebé. “Quando começou a aproximar-se a meia-noite, as enfermeiras diziam-nos: ‘vai ser o bebé do ano’. Mas eu só queria que nascesse e que ficasse tudo bem com ele e com a ela”, suspira.
Encantados com o serviço da maternidade do Hospital de Guimarães
Depois de tantas horas de espera, Pedro quase perdia o grande momento. “A certa altura lembrei-me que tinha o carro no parque de estacionamento, desde manhã, a pagar. Fui retirá-lo e quando voltei já tinham levado a Carla para fazer uma cesariana de urgência”, refere. “Felizmente a equipa que estava de serviço foi compreensiva e deixou-me entrar. Foi só vestir a bata e correr para dentro do bloco”.
Carla e Pedro estão encantados com o serviço da maternidade do Hospital Senhora da Oliveira. “Fomos muito bem tratados, quer pela equipa que estava durante a manhã, quer, mais tarde, pela que esteve durante a tarde e noite”, dizem ambos. Quanto aos 250 euros do cheque oferta do Continente, “nesta altura não vai faltar onde os gastar”, admite a mãe.