Prevenir e responder a cenários de seca e de inundações no troço internacional dos rios Minho e Lima é o objetivo da candidatura conjunta a apresentar pelo Norte de Portugal e pela Galiza aos novos fundos europeus.
O acordo de cooperação entre ambas as regiões, em matéria de recursos hídricos, denominado projeto Risc Minho-Lima foi assinado esta quinta-feira, em Ourense, na Galiza.
O documento vai permitir a elaboração de candidatura conjunta, de dois milhões de euros, a apresentar até final do ano ao Programa Operacional de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal (POCTEP).
O protocolo, que envolve a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), através da Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH-N), e a Confederação Hidrográfica do Miño-Sil (Galiza), integra ainda, na área da investigação, a Universidade de Vigo e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
Segundo a APA, o projeto “tem como principal objetivo a prevenção e capacitação das bacias internacionais dos rios Minho e Lima contra fenómenos extremos”, e contempla, entre outras ações, “a elaboração de um novo inventário dos recursos hídricos na região hidrográfica internacional, tendo em conta o efeito das alterações climáticas sobre o território português e espanhol”.
O diretor da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) Norte, Pimenta Machado, adiantou que “este reforço de cooperação” vai permitir “um aprofundamento do conhecimento sobre os recursos hídricos partilhados pelas duas regiões e o desenvolvimento de ferramentas que possam apoiar à tomada de decisões quando confrontadas com cenários de seca e inundações”.
Pimenta Machado realçou ainda que esta cooperação vai possibilitar também, “no terceiro ciclo de planeamento, em 2021, a elaboração de um único plano de gestão dos rios partilhados por Portugal e Espanha, o que será pioneiro no contexto europeu”.
No âmbito da candidatura conjunta a apresentar aos fundos comunitários está ainda prevista “a elaboração de uma nova cartografia, à escala apropriada, de toda a rede hidrográfica, bem como a criação de um novo sistema de indicadores e referenciais para situações de seca na região hidrográfica e a implementação de um novo sistema de alerta”.