A câmara de Famalicão, através da rede Famalicão Empreende, lançou esta segunda-feira, o concurso “O Meu Projeto é Empreendedor”, com dez projetos desenvolvidos por alunos do ensino profissional do concelho cujos vencedores serão conhecidos sexta-feira.
No total candidataram-se 33 projetos que resultam das Provas de Aptidão Profissional (PAP) das escolas do concelho, tendo sido selecionada uma dezena.
“Se a empregabilidade [dos jovens de Famalicão que enveredam pelo ensino profissional] não é 100%, deve andar muito perto disso. Essa é de facto uma bandeira num contexto de dificuldades na colocação”, disse o presidente da câmara de Famalicão, Paulo Cunha, na abertura da mostra parente no Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal.
O autarca destacou, no entanto, a “importância” de além do fator “emprego” os alunos privilegiarem na hora de enveredar por um curso a sua “relação pessoal com a área, a vocação”.
Esta manhã, os alunos do curso Técnico de Manutenção Industrial do Agrupamento de Escolas D. Sancho I apresentaram um aparcamento para bicicletas, o “Autonomous Secure Bicycle Parking”, cujas portas abrem com recurso a energia solar.
“É um sistema autónomo e seguro porque a bicicleta, quando guardada, fica livre de tentativas de furtos. É um projeto inovador e completamente exequível”, descreveu a coordenadora dos cursos profissionais, Glória Sousa.
Ao lado, uma outra escola apresentava um sistema de produção de queijos de diferentes sabores e transformação de azeite em pó e, à frente o aroma a frutos e legumes vinha do “Solar Hydroponic System”, um projeto que visa o cultivo “simples e prático” através de um conjunto de tubos em PVC perfumados onde circula água, não necessitando de terra.
Já Sara Rocha, do polo de Riba de Ave da Cooperativa de Ensino Didáxis, apresentou um conjunto de materiais lúdicos sobre os museus do Automóvel, o Industrial Têxtil, bem como o Ferroviário, dando oportunidade a pessoas com deficiência conhecerem e perceberem a oferta cultural deste concelho do distrito de Braga.
“Se as pessoas com deficiência não conseguirem ir ao museu, nós levamos o museu até elas através de três jogos”, disse a aluna que frequentou no último ano letivo o curso técnico de Turismo Ambiental e Rural, acrescentando que a ideia já foi testada no terreno.
De Vale S. Cosme, outro polo da Didáxis, Nelson Costa, aluno do curso técnico de Eletrónica, Automação e Computadores, mostrou como um empilhador pode ser usado à distância por um funcionário com deficiência motora, sendo controlado através do computador e de ondas de rádio.
“O transporte de uma matéria perigosa também pode ser um exemplo. Com este empilhador automatizado, o funcionário não precisa manusear a matéria e fica a salvo”, descreveu, admitindo que o projeto, que durou seis meses a desenvolver, está em fase de protótipo mas estão a ser feitos contactos com empresas da área.
“Estamos a criar condições para que os jovens escolham saídas profissionais felizes. Esta é uma forma de premiar e incentivar ao desenvolvimento de projetos que podem chegar ao mercado. Não encontramos aqui projetos supérfluos. Todos preenchem uma lacuna. O ensino profissional não deve ser visto como a II Divisão”, referiu Paulo Cunha.
Os três finalistas vão receber entre 1.000 a 250 euros e na sessão de sexta-feira, além de anunciados os vencedores, caberá à vencedora do ano passado, Sara Araújo, contar como ficou a trabalhar na empresa onde desenvolveu a PAP “Senras Dairy”, um kit pedagógico para produção artesanal de queijo destinado às crianças do pré-escolar e do 1.º ciclo.