Engenheiros e economistas defendem prioridade da alta velocidade Braga-Porto-Lisboa

“O eixo das grandes cidades portuguesas de negócios”
Foto: DR

As Ordens dos Engenheiros e dos Economistas defenderam hoje que o desenvolvimento da alta velocidade ferroviária entre Braga, Porto e a Grande Lisboa “é prioritário”, defendendo ainda uma reflexão sobre o traçado entre a capital portuguesa e Madrid.

“É prioritário o desenvolvimento da Alta Velocidade Ferroviária centrada na linha Braga – Porto – Grande Lisboa, o eixo das grandes cidades portuguesas de negócios, que serve cerca de oito milhões de habitantes, o que permitirá impulsionar e dar escala à economia nacional, priviligiando o máximo de ligações diretas”, pode ler-se numa posição conjunta tornada hoje pública.

A tomada de posição aconteceu no final da conferência “Portugal e a Alta Velocidade Ferroviária”, que decorreu hoje na sede da Região Norte da Ordem dos Engenheiros, no Porto, e contou com a presença dos dois bastonários, Fernando de Almeida Santos (Engenheiros) e António Mendonça (Economistas).

As duas ordens “defendem um forte investimento na rede ferroviária nacional”, que se encontra “desadequada às reais necessidades do país, sendo atualmente não só um obstáculo à transferência modal, como à competitividade nacional”.

Relativamente à alta velocidade, além do eixo atlântico, apontam que a ligação entre Lisboa e Madrid “deverá ser objeto de aprofundada reflexão e de estudos técnicos, porquanto não está garantido que o traçado atualmente pensado seja o que melhor serve os interesses do país”.

Quanto à ligação entre Porto, Braga e Vigo, “deve ter o mesmo tratamento de traçado exclusivo, cujos tempos médios não devam ser prejudicados face aos restantes traçados”.

Defendem ainda que a alta velocidade deve “assegurar prioritariamente as ligações de interesse nacional que concorram para uma maior coesão territorial, tornando-a competitiva quando comparada com outras formas de mobilidade, nomeadamente a rodoviária”.

“Para que Portugal possa aumentar a sua produtividade e a sua capacidade para responder adequada e competitivamente aos desafios de exportações de bens e serviços, é fundamental, aproveitando o eixo central da alta velocidade portuguesa, ligá-lo à Europa através de verdadeira(s) linha(s) de alta velocidade para escoamento internacional, salvaguardando o interesse nacional”, pode ler-se ainda na posição hoje divulgada.

As duas ordens profissionais defendem ainda que “os fortes investimentos necessários na infraestrutura de alta velocidade devem ser acompanhados do adequado investimento em material circulante moderno, amigo do ambiente, com desempenhos que permitam maximizar a capacidade da infraestrutura”.

As ordens dos Engenheiros e Economistas disponibilizam-se ainda “para interagir com o(s) decisor(es) público(s) e político(s), quer durante o processo de avaliação estratégica das soluções que venham a ser consideradas quer no processo de implementação das soluções que melhor defendam o interesse nacional”.

A nova linha de alta velocidade Porto-Lisboa, que pretende ligar as duas principais cidades do país em apenas uma hora e 15 minutos no serviço direto, não terá paragens e será construída em três fases, de acordo com a apresentação da Infraestuturas de Portugal (IP) feita em setembro de 2022.

Em Campanhã, no Porto, a estação ficará ainda preparada para esta nova linha, bem como para ligações a norte, incluindo Vigo, e para uma ligação “a construir no futuro” ao aeroporto Francisco Sá Carneiro.

 
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