Engenheira de Braga é a única portuguesa na Xbox em Redmond, nos Estados Unidos

Catarina Macedo, de 29 anos, vive em Seattle há três: A adaptação “custou mais no início (…) agora começa a ficar mais fácil”
Foto: Twitter

As novidades apresentadas pela Microsoft na feira de videojogos E3, que decorreu em Los Angeles, tiveram a mão de Catarina Macedo, engenheira de Braga e a única portuguesa que trabalha na Xbox em Redmond, perto de Seattle, nos Estados Unidos.

A equipa da gestora de produto foi responsável pelas funcionalidades sociais da nova subscrição GamePass para computador portátil (PC), que a Microsoft apresentou na sua conferência na E3.

“Neste momento estamos muito focados em expandir a nossa estratégia de Xbox Live para o computador”, disse à Lusa a especialista portuguesa, que esteve em Los Angeles para promover as novidades.

“Historicamente, todas as funcionalidades que desenvolvíamos estavam focadas na parte da consola, mas vimos uma grande oportunidade porque o Windows também é da Microsoft e há imensas pessoas que jogam no computador”, explicou.

Além das funções sociais da aplicação GamePass para PC, a equipa de Catarina Macedo também esteve envolvida no Game Bar, uma funcionalidade embebida no Windows que permite manter o contacto com os amigos no ambiente de jogo, tirar capturas de ecrã e partilhar vídeos, por exemplo.

“Gosto do facto de a nossa equipa se estar a focar no PC, porque queremos chegar aos dois mil milhões de utilizadores e para isso temos de ter produtos e ofertas para todas as pessoas, e não só para aquelas que têm a [consola] Xbox em casa”, afirmou a responsável portuguesa.

Foto: Divulgação

O líder global da Xbox, Phil Spencer, disse na apresentação em Los Angeles que o número de jogadores em todo o mundo já ultrapassa os dois mil milhões, sendo esse um universo potencial a que a Microsoft quer chegar.

O trabalho que está a fazer na Xbox era um sonho antigo de Catarina Macedo, engenheira de formação, que começou a jogar de forma competitiva ainda na adolescência.

A falta de oportunidades nesta indústria em Portugal levou-a a olhar para fora, apesar de acreditar que existe potencial no mercado e que a Xbox poderá ocupar um espaço mais relevante entre os jogadores portugueses que o que tem agora.

“Daqui, de longe, estou a tentar fazer o meu papel para que Portugal seja olhado com novos olhos e mostrar que há oportunidades para crescer em visibilidade”, disse.

Em Seattle, onde reside há quase três anos, a gestora encontrou uma pequena comunidade portuguesa de profissionais altamente qualificados, ligados ao ecossistema de ‘startups’, a trabalhar na Microsoft ou noutras tecnológicas, como a Amazon.

“Recentemente tenho colegas mais novos que se mudaram de Portugal para cá e isso tem sido muito bom”, revelou, notando que a comunidade é composta sobretudo por pessoas mais velhas, que chegaram a Washington há bastante tempo.

A adaptação “custou mais no início”, disse a engenheira de 29 anos, frisando que as grandes diferenças culturais e de organização do trabalho obrigaram a um esforço suplementar no primeiro ano.

“Agora começa a ficar mais fácil, porque a minha casa já é em Seattle, não em Portugal”, referiu, revelando que não tem intenção de regressar ao país para lá dos períodos de férias e que estar longe da família “é o preço a pagar para seguir os sonhos”.

 
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