A energética Finerge, com sede em Matosinhos, venceu o leilão para a instalação de parques solares flutuantes em duas barragens do rio Cávado que se encontram em território do Parque Nacional Peneda-Gerês. Em breve, a empresa irá proceder à instalação desta tecnologia ‘limpa’ nas albufeiras de Salamonde, em Vieira do Minho, e Paradela, em Montalegre.
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De acordo com o portal da empresa, a Finerge foi fundada há mais de 20 anos e dedica-se à produção de energia sustentável. Afirma ser “o segundo maior produtor de energia renovável em Portugal”, operando 68 centrais eólicas e 17 parques solares, em mais de 46 concelhos em Portugal e 3 provincias em Espanha.
“Esta é a primeira vez que a Finerge garante algum lote num leilão de solar, na terceira participação que faz. Esta conquista reflete a nossa aposta na área do desenvolvimento e inovação, para a qual criámos um departamento autónomo em 2020, focado na inovação e tecnologia, nomeadamente na área de armazenamento e solar flutuante. Estamos orgulhosos deste feito, sob o qual construiremos outros no curto e médio prazo”, revelou Pedro Norton, CEO da energética, em comunicado enviado à imprensa, quando foram conhecidos os resultados do leilão, em abril.
Pedro Norton defendeu que Portugal e Espanha podem muito bem fazer parte da solução europeia para combater os custos da energia, isto através das energias renováveis. Durante uma intervenção num painel sobre descarbonização, durante a “Grande Conferência Negócios Sustentabilidade”, organizada pelo Jornal de Negócios, o CEO defendeu que o nosso país apresenta condições “únicas” para produzir energias solar e eólica, levando que se tornasse num exportador de energia renovável em grande escala. Contudo, afirmou, existem “limitações das s interligações elétricas, nomeadamente entre Espanha e França, que na prática limitam e transformam, em termos energéticos, Portugal e Espanha numa ilha ibérica”.
Sobre os projetos levados a cabo em Vieira do Minho e Montalegre, Pedro Norton, na mesma conferência esclareceu que serão híbridos, ou seja, para além do aproveitamento solar, também aproveitam energia eólica, algo que, pretende, esteja em sintonia com centrais eólicas que a empresa possui numa “área relativamente perto” às duas barragens. “Estaremos prontos, temos tempo agora para preparar tudo e estaremos prontos para começar a injetar assim que tenhamos o ponto de injeção aberto”, disse, sem revelar os valores da aquisição.
O Governo leiloou a exploração de 263 megawatts (MW) de energia solar em sete barragens do país, tendo adjudicado um total de 183 MW, segundo avançou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática. Além da Finerge, a EDP, através da subsidiária EDP Renováveis, obteve o direito de ligação à rede de eletricidade para uma capacidade de 70 MW em Alqueva (dos 100 que estavam a concurso).
Já a Endesa ganhou o direito de ligação dos 42 MW leiloados na barragem do Alto Rabagão, Montalegre, para a instalação de um projeto de energia solar fotovoltaica flutuante com investimento de 115 milhões de euros. A Voltalia ficou com o lote do Cabril (33 MW), perfazendo assim os 183 MW atribuídos no leilão. Por adjudicar ficou o lote em Castelo de Bode, que tem uma capacidade de receção de 50 MW.
Com Lusa.