O empresário galego José Estevéz, que era até sábado passado o espanhol mais procurado em todo o mundo, tem pelo menos 94 processos por faturas falsas alegadamente todas na região vizinha espanhola da Galiza, segundo apurou O MINHO, junto de fontes judiciais.
José Manuel Costas Estevéz, que durante o dia foi contactado no Tribunal da Relação de Guimarães por uma irmã e um irmão vindos expressamente de Vigo, prescindiu de todos os prazos, a fim de aligeirar o seu processo de extradição, no qual desde logo consentiu, como referiu a O MINHO o juiz desembargador Pedro Cunha Lopes, autor do despacho, que a par do procurador geral adjunto Manuel Ribeiro Soares, esclareceu todas as dúvidas, no âmbito da análise para extradição, num processo que não está já em segredo de justiça.
Como o Ministério Público e a Defesa prescindiram de todos os prazos e de recursos, já que o próprio empresário galego prefere ser extraditado do que ficar em Portugal, todo o processo será agilizado e dentro de poucos dias será entregue, pelo Gabinete Nacional da INTERPOL, junto das autoridades judiciais espanholas, a fim de não só de cumprir uma pena de seis anos de prisão efetiva, como para responder em todos os outros processos. Até às 16:00 desta terça-feira, quando fechou a receção do expediente, já tinham sido recebidos treze processos nos quais as autoridades espanholas pedem a sua extradição, de acordo com fontes ligadas ao processo, relacionado com fraude fiscal agravada, que pode atingir quase 150 milhões de euros, se forem tidos só em conta as quantias já conhecidas.
No mesmo sentido, o seu advogado, Ricardo Miguel Cardoso, da Comarca de Braga, em declarações a O MINHO, explicou que “o senhor José Manuel Costas Estevéz decidiu ele próprio anuir à extradição, por considerar que chegou o momento de se esclarecer tudo”.
José Manuel Costa Estevéz foi interrogado no sábado pela juíza de turno, a de Amares, destacada no Palácio da Justiça de Vila Nova de Famalicão, tendo permanecido desde então no Porto, sempre nas Prisões Privativas da Diretoria do Norte da Polícia Judiciária, que o deteve à saída de um restaurante, na freguesia de Belinho, Esposende, durante uma operação realizada em colaboração com a Guarda Nacional Republicana de Esposende, através do Gabinete Nacional da INTERPOL, na sequência de um mandado internacional.
José Manuel Costa Estevéz foi condenado por alegadamente ter emitido faturas falsas, no valor total de cerca de 150 milhões de euros, lesando assim o fisco espanhol, em mais de 11 milhões de euros, utilizando para o efeito a faturação das suas empresas, do Grupo “5 Jotas”, com fábrica de carpintaria para casas em madeira, situada nos arredores de Vigo.