Empresário de Esposende condenado a 10 anos de cadeia por traficar cocaína escondida entre bananas

Dois arguidos foram absolvidos
Empresário de esposende condenado a 10 anos de cadeia por traficar cocaína escondida entre bananas
Os 104 quilos de cocaína apreendidos pela PJ de Braga em Barcelos. Foto: PJ

Um empresário de Esposende, Eugénio José Oliveira Teixeira, de 68 anos, foi condenado, esta segunda-feira, em dez anos de prisão efetiva, no caso da rede internacional de tráfico de droga a quem a Polícia Judiciária (PJ) de Braga apreendeu 104 quilos de cocaína escondidos dentro de um contentor de bananas, em Barcelos, há dois anos e meio. Ficou ainda provado em tribunal um crime de associação criminosa em relação a todos os sete arguidos que foram condenados.

Já Rui Manuel Barroso Miranda, de 49 anos, empresário de importação de fruta, com armazém em Fervença, Gilmonde, Barcelos, e José Américo Vicentini, de 57 anos, agente aduaneiro, de nacionalidade brasileira, residente em Gaia, foram ambos absolvidos, no julgamento que decorreu no Tribunal de Braga. Em ambas as situações não foi feita prova suficiente para condenar nenhum destes dois arguidos.

Ao contrário da acusação do Ministério Público (MP) de Famalicão, não se provou que fosse Manuel Mariano Duran Gonzalez (“Manolo”) o principal arguido, isto é, que tivesse sido ele o líder do grupo agora condenado por tráfico internacional de cocaína, tendo a pena mais pesada, de 14 anos, ido para outro espanhol, residente em Madrid, Adan Emmanuel Gomez Vol. “Manolo”, da Galiza, teve a pena de nove anos e quatro meses de prisão efetiva.

Para os quatro operacionais foi aplicada a pena de oito anos e dois meses de prisão: Pedro Xavier Garcia, residente em Miami, Estados Unidos da América, agente avaliador; Yunior Salvador Suazo, residente na República Dominicana, empregado de estacionamento de automóveis; Frank Noly Jimenes Canela, residente na República Dominicana, limpador de máquinas de empresas; e Kurvin Anthonio Bergonje, residente dos Países Baixos (Holanda), chefe de equipa, todos com prisão preventiva.

Os quatro operacionais confessaram tudo

Neste julgamento estava em causa a apreensão de 104 quilos de cocaína, escondidas num contentor com bananas, dentro de um armazém de fruta, em Gilmonde, Barcelos, em 20 de dezembro de 2022, que levou ao desmantelamento do grupo de nove suspeitos, seis dos quais são estrangeiros, numa operação de grande envergadura da PJ de Braga.

Nas sessões, no Palácio da Justiça de Braga, incluiu-se a audição do quarto operacional do grupo, Kurvin Anthonio Bergonje, holandês, assim como pelos principais inspetores da Polícia Judiciária de Braga que participaram naquela operação antidroga.

Os dois primeiros operacionais a falar, a quem cabia retirar a droga do contentor, o norte-americano Pedro Xavier Garcia e o dominicano Yunior Salvador Suazo, confessaram o seu envolvimento na descarga daquela cocaína escondida entre as bananas.

Já Frank Canela disse, por sua vez, que tinha aceitado o encargo de retirar a cocaína do contentor, em troca de cinco mil euros, tal como os outros três operacionais, mas afirmando que não teve o controlo da situação, passando aos outros os seus contactos. 

Entretanto, os principais arguidos, dois espanhóis, Manuel Gonzalez e Adan Vol, recusaram prestar declarações, assim como três suspeitos de participar na entrada e esconderijo da cocaína, em Portugal: Rui Miranda, Eugénio Teixeira e José Vicentini.

“Todos os dias realizamos julgamentos de casos de tráfico de droga em Braga, a seguir teremos o julgamento de um processo em que a GNR de Braga apreendeu cocaína suficiente para cerca de 600 mil doses individuais, são crimes altamente censuráveis, constituem verdadeiro flagelo social, que corrói e destrói por completo as relações familiares, rebentam com as estruturas de vida em sociedade, acabam com a vida a muitos e muitos seres humanos”, afirmou juiz-presidente do Tribunal Coletivo.

Ao final da manhã desta manhã, quando saíam do Palácio da Justiça, os advogados de defesa manifestaram a O MINHO o que irão fazer, depois de terem falado com os seus clientes, ainda na sala de audiências.

O advogado Tiago Melo Alves, defensor do arguido Manuel Mariano Duran Gonzalez (“Manolo”), revelou já que irá recorrer para o Tribunal da Relação de Guimarães, enquanto a advogada Manuela Neto, a defensora dos quatro arguidos operacionais, afirmou que nenhum recorrerá.

 
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