O empresário de Braga, Ricardo Costa, alertou nas redes sociais para um avanço da extrema-direita em Portugal, com “intolerância travestida de patriotismo”, mas o deputado do Chega e líder da distrital de Braga, Filipe Melo, não gostou, apesar de o ‘Chairman’ do Grupo Bernardo da Costa e CEO do KuantoKusta não ter falado em nomes de partidos ou políticos.
“Vivemos tempos desafiantes. Portugal está a mudar – e não necessariamente para melhor. Crescem os discursos de ódio, o medo do diferente, a intolerância travestida de patriotismo. A extrema-direita avança, não porque é maioria, mas porque muitos escolheram calar”, considerou Ricardo Costa, na publicação feita na quinta-feira em várias das redes sociais.
Para Ricardo Costa, “é mais cómodo não nos incomodarmos. Fingir que não vemos. Dizer que “não é bem assim”. Mas é exatamente assim. E é precisamente esse silêncio que permite que ideias perigosas ganhem palco e normalidade”.
“Eu não quero um país onde se grita mais alto do que se escuta. Onde se insulta mais do que se propõe. Onde o ódio se disfarça de liberdade de expressão”, considerou.
O bracarense pediu respeito, solidariedade e liberdade: “Por isso, não me calo. Não aceito. Não relativizo. Incomodo-me. Porque me importo com o futuro de Portugal. Com os valores que nos trouxeram até aqui: democracia, respeito, solidariedade, liberdade”.
“Acredito num país onde as diferenças se celebram, não se atacam. Onde o medo não dita votos. Onde os nossos filhos e netos possam crescer sem vergonha da nossa História nem receio do futuro. Este é um apelo. Um grito. Um compromisso. Que ninguém se cale. Que todos se incomodem. Porque o futuro constrói-se com coragem – não com silêncio”, concluiu.
“Há quem ainda não esteja preparado para ouvir as verdades”
A publicação não passou “em branco” ao deputado do Chega, Filipe Melo, deixando um comentário na rede social Facebook em jeito de resposta ao “amigo” Ricardo Costa.
“Amigo Ricardo Costa, desta vez não concordo. Durante 50 anos, assistimos a uma elite a enriquecer de forma inapropriada, a mandar no país, e a aproximar da classe média à baixa”, começou por dizer Filipe Melo.
Para o deputado do Chega, e segundo o comentário deixado na rede social, “os supostos discursos de ódio, que de ódio não tem nada, não são politicamente corretos, e há quem ainda não esteja preparado para ouvir as verdades sem filtro”.
Sobre a classificação política: “Extrema direita??? O que significa isso? Sou Pai, marido, irmão, filho, tenho muitos amigos de várias nacionalidades. E tal como eu, muitos outros dirigentes e representantes”.
“Teríamos muitas horas de conversa Ricardo, de conversa franca, saudável, e sempre com a amizade e o respeito que temos um pelo outro. Um abraço apertado e sincero”, concluiu Filipe Melo.
