A empresa Uniself admitiu hoje que a quebra de afluência aos refeitórios escolares tem impactos nos seus modos de atuação, incluindo o quadro de pessoal, sublinhando que a sua “única prioridade” é assegurar os atuais postos de trabalho.
Em resposta enviada à Lusa, a propósito da greve e da manifestação dos trabalhadores das cantinas escolares do concelho de Barcelos, a Uniself assegura ainda que “tem pautado a sua atuação pelo cumprimento de todos os seus compromissos para com os trabalhadores”.
“Em muitos estabelecimentos escolares, estamos a registar quebras na ordem dos 50% na afluência aos refeitórios, quer devido ao encerramento de turmas impostas pela Direção-Geral da Saúde, quer porque as famílias estão a evitar recorrer às cantinas”, refere.
Acrescenta que esta quebra tem, “necessariamente”, impacto nos seus modelos de atuação, “nos quais estão inseridos os quadros de pessoal”.
“Estamos a viver tempos de grande incerteza, que nos obrigam a ajustar os modelos e processos, evitando recorrer ao despedimento. A nossa única prioridade é assegurar os atuais postos de trabalho”, esclarece a administração da empresa.
Os trabalhadores das cantinas das escolas EB 2,3 e secundárias de Barcelos fizeram hoje greve e manifestaram-se frente à Câmara local, num protesto relacionado sobretudo com os contratos a termo incerto impostos pela Uniself, a empresa concessionária do serviço de refeições no concelho.
Além de contratos para pelo menos todo o ano letivo, os manifestantes exigiram ainda o aumento da carga horária semanal, a contratação de todos os trabalhadores que trabalharam no ano letivo anterior, a reposição de todos os direitos que vigoraram no ano letivo anterior e aumentos salariais “dignos e justos”.
Na nota enviada à Lusa, a Uniself vinca que é uma empresa “responsável, focada em manter a sua sustentabilidade, apesar das muitas adversidades decorrentes da pandemia de covid-19”.
Diz que empresa tem tido “uma aposta clara” nos recursos humanos, através das atualizações salariais e da formação das suas equipas.
Recorda que em 2020 aumentou em 5,83% o ordenado mínimo dos escalões mais baixos, “com vista a propor uma proposta salarial justa e equilibrada”.
“Dos mais de 3.500 colaboradores da Uniself, mais de 1.500 estão afetos aos refeitórios e 70% são efetivos e 30% a prazo”, diz ainda.