Empresa que ia reabilitar mosteiro em Amares desistiu e PCP reclama investimento público

Mosteiro de Rendufe precisa de “obras de salvação”
Foto: PCP

O Partido Comunista Português (PCP) alertou hoje que a perspetiva de reabilitação do Mosteiro de Rendufe, em Amares, está “mais distante”, depois de a empresa privada que iria reabilitar e explorar o Mosteiro para fins turísticos desistir do projeto.

O Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República apresentou o Projeto de Resolução “Recomenda ao Governo a manutenção e reabilitação do Mosteiro de Rendufe”, que reivindica um investimento público na reabilitação do espaço.

De acordo com o partido, a situação do edificado vai-se “agravando”. “Esta é a consequência da opção política de fazer depender a reabilitação do Mosteiro de investimento privado”, nota o partido, em comunicado enviado às redações.

Uma delegação do PCP, constituída por Nuno Reininho, da Organização de Amares, Daniela Ferreira, da DOR Braga e do Comité Central, e por Belmiro Magalhães, da Comissão Política do Comité Central, visitou o Mosteiro de Rendufe acompanhada pela Junta de Freguesia de Rendufe e por técnicos da Património Cultural, IP.

O partido refere que a visita permitiu “confirmar o potencial cultural do Mosteiro e a necessidade imperativa” de concretizar “obras de salvação” que evitem uma “derrocada que pode acontecer a qualquer momento, a par com a preparação de uma reabilitação global”.

“O PCP alertou repetidas vezes que a reabilitação do Mosteiro não deveria ficar dependente de uma putativa intervenção no âmbito do Programa Revive, o qual está subordinado a negociações com terceiros, pelo que considerava necessário que fossem realizadas obras para suster o grau de degradação e de risco de colapso”, notam os comunistas.

E continuam: “Entretanto, em 2020 o concurso público para a Concessão da Exploração do Mosteiro, ao abrigo do Programa Revive, com vista à realização de obras, incluindo de infraestruturas, e posterior exploração para fins turísticos como estabelecimento hoteleiro, alojamento local ou outro projeto de vocação turística. O início da atividade estava previsto para inicio de 2023. Recentemente, a empresa privada que iria reabilitar e explorar o Mosteiro para fins turísticos, desistiu do projeto. Com este desenvolvimento negativo, os últimos três anos foram perdidos e a perspetiva de reabilitação do Mosteiro torna-se mais distante, num quadro em que a situação do edificado se vai agravando substancialmente”.

A “consequência da opção política” de fazer depender a reabilitação do Mosteiro de investimento privado e do programa Revive é o “risco atual de queda o edificado da hospedaria e refeitório, o que compromete a integridade deste importante conjunto patrimonial e o seu futuro”.

 
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