A Primavera Business Software Solutions, empresa do ramo informático especializada em soluções de gestão empresarial, com sede em Braga, reduziu em 20% o tempo de trabalho e, consequentemente, o vencimento dos seus 350 colaboradores, até ao final do ano.
A empresa justifica a medida em virtude da “diminuição da atividade comercial em todos os mercados onde está presente”, por causa da pandemia de covid-19.
A redução dos vencimentos será “durante o período máximo de sete meses, que decorre de junho a dezembro de 2020”, mas “o acordo prevê a sua suspensão, assim que se alterem alguns dos cenários mais negativos que levaram a que o mesmo fosse proposto aos colaboradores”, refere a empresa em comunicado.
No site despedimentos.pt, criado pelo Bloco de Esquerda para denunciar abusos das entidades patronais em tempos de pandemia, a Primavera BSS é acusada de impor a redução de 20% com a ameaça de que a quem não a aceitasse seria aplicado o regime de ‘lay-off’, o que poderia representar um corte ainda maior.
Questionada por O MINHO, a empresa defende que “o acordo proposto pela administração foi aceite de forma individual por 99% dos 350 colaboradores da empresa, que compreenderam a inevitabilidade desta medida de contingência excecional e temporária, para fazer face a esta situação inédita, protegendo assim a manutenção dos postos de trabalho em todas as geografias onde a empresa tem operações”.
Em comunicado enviado ao nosso jornal, a Primavera BSS enumera outras decisões forçadas pela covid-19, como o não pagamento aos acionistas dos dividendos relativos aos resultados de 2019, a suspensão de pagamentos de prémios de desempenho referentes ao corrente ano de 2020 e a revisão de todos os orçamentos de custos e de investimento de forma a minimizar o impacto da crise na organização.
No site despedimentos.pt, a empresa é também acusada de ter imposto cinco dias de férias em abril a praticamente todos os funcionários e que, em março, tinha sido pago apenas 50% do prémio de desempenho acordado, relativo ao ano de 2019.
Sobre estas acusações, às quais o comunicado não responde, a empresa afirmou a O MINHO que o artigo publicado no site criado pelo Bloco de Esquerda “contém várias informações falsas, que põem em causa o bom nome da Primavera” e que, por isso, o departamento jurídico está a “avaliar os mecanismos legais disponíveis para processar o meio responsável pela publicação do referido artigo por difamação e ofensa ao bom nome” da empresa.
A Primavera foi fundada em 1993, apresentando-se como a primeira empresa a desenvolver soluções de gestão para Windows.
No seu site, diz ter mais de 40 mil clientes espalhados por cerca de 20 países.