Uma empresa de Famalicão do setor dos plásticos conta “no espaço de menos de dois anos” duplicar o número de postos de trabalho e a faturação atual através da ampliação das atuais instalações, indicaram, esta segunda-feira, os responsáveis.
A CCL-Plásticos, localizada em Calendário, concelho de Famalicão, empresa do grupo Celoplás que emprega 22 pessoas, espera chegar aos cinco milhões de faturação anual e aos 40/50 postos de trabalho, fruto de um investimento de 1,5 milhões de euros que se traduz no crescimento para o dobro da área de produção atual.
“Neste momento, temos negócios em carteira e uma pressão intensa de clientes”, referiu o administrador da CCL-Plásticos, João Cortez, aquando da visita do presidente da câmara de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do “Made in Famalicão”, roteiro traçado pela autarquia famalicense para divulgar e apoiar os exemplos de empreendedorismo e de arrojo empresarial deste concelho.
O responsável avançou como ambição passar a produção de cinco para sete dias por semana para “mais que duplicar a capacidade de resposta” da CCL-Plásticos que, entre outros setores e artigos, se dedica a componentes para a indústria automóvel e desporto, estando em análise a entrada no mercado alimentar.
Atualmente, além de Portugal, os mercados desta empresa, que é a única em Portugal que transforma silicones líquidos, são o Japão e a Alemanha, mas João Cortez quer “exportar para mais países”, concretizando o objetivo de “dotar a CCL-Plásticos de mais autonomia face à casa mãe, a Celoplás”.
O administrador apontou abril para o início da laboração das novas instalações, que são contíguas às atuais 100% robotizadas, e aproveitou a visita da comitiva camarária para falar da importância da qualificação de recursos humanos.
“Somos muito melhores do que os alemães, mas só vamos crescer à medida que formos capazes de formar os nossos técnicos”, referiu João Cortez, vincando a importância das escolas profissionais e parcerias com universidades e centros de investigação.
Esta ideia foi ao encontro da convicção de Paulo Cunha, que afirmou ambicionar para Famalicão “mais do que emprego em massa, emprego qualitativo” através de “empresas que acrescentem valor”.
“É importante que os jovens vejam neste exemplo uma forma de conseguirem colocação profissional”, disse Paulo Cunha, salientando que esta empresa mostra a “diversidade” de Famalicão, que “é conhecido pelo têxtil mas mostra arrojo em vários outros setores”.
João Cortez salientou que “Portugal tem um potencial enorme”, mas precisa de conseguir formar recursos humanos que correspondam às necessidades de indústrias de elevada precisão como as dos moldes, enquanto o também administrador Artur Campos Costa criticou “algumas excessivas burocracias” e considerou que o Estado deve ser “um incentivador das empresas”.
Quanto ao grupo, a Celoplás fechou o ano de 2015 com uma faturação de 23 milhões de euros, exportando mais de 95% do que produz para países como Alemanha, Espanha, França, Reino Unido, Hungria, Suécia, Bulgária, Brasil, África do Sul, Índia ou China, tendo como clientes marcas como a Bosch, a Browning, a Daimler ou a Preh.
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