A empresa ACA – Engenharia & Construção, de Famalicão, foi a construtora responsável pela requalificação do Paço dos Condes de Ourém, também conhecido como castelo de Ourém – cuja construção data do século XII -, com uma intervenção que visou conservar e reparar materiais e elementos deteorados, tendo em vista a reconstrução e restauro de que o espaço foi alvo entre 1936 e 1947.
O projeto é do arquiteto João Mendes Ribeiro, de Coimbra, que submeteu esta obra ao Prémio Nacional de Reabilitação Urbana, tendo sido escolhido como um dos cinco trabalhos finalistas na categoria de Impacto Social. A Câmara Municipal de Ourém e Fundação Casa de Bragança foram quem promoveu a obra, que ficou concluída em julho de 2021.




Na descrição do projeto de intervenção, é referido que foi colocado novo pavimento, em soalho de madeira de castanho, ao nível do piso 0, onde se verificavam irregularidades no pavimento, e em parte do piso 1 (a nascente), sobre as paredes divisórias em pedra.
Foram reutilizados os cachorros de pedra, bem como os negativos nas paredes, para apoio de vigas e barrotes de madeira.
“Garantiu-se, desta forma, a reversibilidade de materiais e técnicas assegurando a integridade física e restituindo a homogeneidade e as características inerentes à sua conceção e construção, garantindo assim a sua salvaguarda para o futuro”, assinala a descrição do projeto.




Foram ainda encerrados vãos com caixilhos em latão e vidro, reposta a cobertura do edifício e introduzidas novas estruturas técnicas.
À entrada do edifício, foi recuperado o vão de entrada, composto por pedra irregular, tendo ali sido introduzido uma nova soleira em pedra, um patamar em gradil de latão e uma porta de madeira em riga velha. Foi também acrescentado um guarda-vento em latão.
A nova cobertura do Paço é constituída por junta agrafada de zinco, incluindo isolamento e impermeabilização, colocada sobre o forro de madeira de castanho e das novas vigas, apoiadas sobre os cachorros de pedra existentes.




O espaço é dotado de pendentes adequadas para encaminhar as águas pluviais até um segundo conjunto de gárgulas, também em bronze mas de secção circular, que as dispersarão no terreno envolvente.
Luminárias suspensas dos tectos providenciam a iluminação, não afetando as paredes, acentuando ainda o caráter museológico do espaço.
Segundo os promotores da obra, o Paço de Ourém será “um espaço equipado com sistema apropriado à exibição dos conteúdos museológicos, de carácter temporário ou definitivo. Esse sistema é constituído por estruturas flexíveis e modulares, amovíveis, que permitem formar paredes autoportantes, para exposição de peças na vertical, ou criar suportes horizontais, em forma de mesas contínuas”.