Uma empresa de base tecnológica de Famalicão quer “resolver problemas sociais” recorrendo a aplicativos móveis de forma a “acabar com burocracias” e “ligar pessoas em tempo real”.
A IOTech nasceu um janeiro de 2018 com o objetivo de “criar soluções inovadoras” e simplificar o salto das empresas para a realidade indústria 4.0.
“O nosso objetivo é desenvolver soluções inteligentes e inovadoras que são comercializados como um serviço”, explicou à Lusa o responsável pela empresa, Filipe Portela, à margem de uma visita do presidente da autarquia no âmbito do roteiro ‘Famalicão MadeIn’.
Filipe Portela explicou que a ação da IOTech passa por “juntar pessoas a empresas que queiram disponibilizar serviços, acabando com questões burocráticas, com o papel”, sendo que a aplicação da tecnologia desenvolvida pela empresa pode ser transversal.
“Desde áreas técnicas a serviços como um picheleiro, por exemplo. Deixa-se de perder tempo com orçamentos, papéis. Há uma necessidade, há uma resposta na plataforma. Um aluno que tenha uma dúvida que precisa de ver respondida rapidamente, um médico, caminhamos para poder dar e ter respostas no momento”, explicou o responsável.
Além do “perfil inovador” da tecnologia desenvolvida, a IOTech inovou também na forma como está a crescer: “Estabelecemos uma parecia com a Riopele, uma empresa na área dos têxteis, que se tornou nossa parceira ao adquirir uma parte da empresa mas que nos vai também permitir fazer prova de conceito”, apontou.
A parceria com a Riopele é um dos “pontos fortes” da IOTech, também destacado pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão.
“Depois no nascimento do projeto, a Riopele, além de ter acarinhado no contexto de inovação, percebeu que o projeto tem pernas para andar e com utilidade para a própria Riopele que não se limitou a contratar um serviço, mas que entra como parceiro”, referiu Paulo Cunha.
Para o autarca, esta é uma “forma diferente do relacionamento entre empresas”.
“Estamos mais habituados a uma lógica de absorção, a empresa maior absorve a mais pequena ou limita-se a um ‘outsourcing’. Aqui o que foi feito foi mais do que isso, foi diferente e inovador”, destacou.
Do lado da têxtil, Bernardino Carneiro salientou as vantagens da parceria, nomeadamente no âmbito da indústria 4.0.
“Ficámos a ganhar um parceiro que nos vai permitir acelerar um conjunto de projetos no âmbito da indústria 4.0, da digitalização dos processos da Riopele, na ligação que pretendemos fazer de todo o chão de fábrica ao sistema central”, apontou.
Atualmente a IOTech tem seis colaboradores, mas a pretende expandir-se.
“Temos quatro colaboradores com contrato e, se tudo correr bem, vamos abrir seis estágios no futuro”, adiantou Filipe Portela.