Uma empresa de Famalicão quer a partir do Vale do Ave expandir para a Europa vestuário que “dura toda a vida”, disseram hoje os responsáveis de uma marca marcada pelo “regresso às origens” e pela preservação do ambiente.
“Este tipo de produto é conhecido na Europa mas não em Portugal. E nós somos uma marca portuguesa que quer estar na Europa a competir com quem faz isto há décadas”, referiu Miguel Machado da WLROD – Roots of Denim.
Trata-se de uma marca cujo “cérebro” tem sede em Famalicão e como base três produtos – “denim savage” (calças em ganga japonesa e italiana), produtos encerados e material de cabedal – recorrendo a pequenas confeções localizadas no Vale do Ave.
O conceito passa por vestir uma segunda pele, com os vincos próprios do uso porque, conforme referiu o criativo da marca, Paulo Santos, trata-se de “roupa com valor acrescentado”, ou seja “como o vinho do Porto, quanto mais velho melhor”.
São produtos “muito rústicos, muito grossos e sobretudo muito duráveis”, descreveram os responsáveis de uma ideia que quer, “através de um regresso às raízes, perseguir um planeta melhor”.
“[A mais-valia ambiental está quer no] processo de fabrico [quer] durante o uso. A pessoa atrasa o máximo possível a lavagem do material sejam calças de ganga ou casacos de couro”, explicou Miguel Machado, atirando a ideia de que “não existe na Europa um lugar com tanta tradição de têxtil como o Vale do Ave”.
Os responsáveis falavam aos jornalistas durante uma visita de uma comitiva da câmara de Famalicão, integrada no roteiro ‘Made IN’, tendo avançado que a principal ambição atualmente passa pela internacionalização, algo que o presidente da autarquia considerou “arrojado” mas “decisivo”.
“[Esta área de negócio] tem muito potencial de crescimento e onde a internacionalização é essencial. Estou certo que, dentro do chamado conceito de ‘private label’, este produto pode chegar a essas pessoas e que a marca terá condições para aumentar as vendas”, referiu o autarca, acrescentando que a WLROD pode vir a obter bons resultados do protocolo que a autarquia rubricou recentemente com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para reforçar o apoio à internacionalização das empresas do concelho.
Já Miguel Machado apontou como “prematuro” avançar se com a internacionalização terá ou não produção própria, sendo que para já a empresa está instalada na antiga e histórica Boa Reguladora, empresa do Século XIX especializada em relógios que “deixou” um edifício com, disse Paulo Cunha, “uma enorme carga simbólica” que está a ser “reocupado e reabilitado” através de ideias “inovadoras” e “fascinantes”.