Adriana Mano é a fundadora da Zouri, empresa sediada em Braga, que se dedica à produção de calçado reciclado, com lixo dos oceanos. A empresa, além de sediada em Braga, trabalha com fábricas de Barcelos, Felgueiras e Guimarães. A matéria prima – lixo dos oceanos – começou por ser recolhida na costa do concelho de Esposende.
“Até agora produzimos doze mil pares de calçado, mas ainda temos plástico suficiente para oito mil. Em estimativa, com quatro toneladas de plásticos, conseguimos produzir 20 mil sapatilhas ou, sandálias”, afirma a criadora da marca, empresária há três anos.
“No ano passado duplicamos a faturação. Criamos estratégias alternativas. Realizamos promoções o ano inteiro e recebemos encomendas volumosas nos mercados internacionais. Assim, aumentamos a faturação, mas diminuímos a rentabilidade em cada par”, conta Adriana, sobre o sucesso da empresa.
A qualidade dos materiais é o segredo do negócio. Além do plástico reciclado, materiais produzidos a partir de frutas ou de plantas, como pele de maçã, de ananás ou de cacto, são alguns dos componentes do calçado Zouri.
“É evidente, que apenas uma percentagem de uma sapatilha é desenvolvida, com produtos sustentáveis. É sempre necessário utilizar polímeros agregadores, mas à medida que a literacia sobre o produto vai aumentando, conseguimos desenvolver soluções cada vez mais sustentáveis”, explica a mentora. As sandálias, por sua vez, são totalmente ecológicas e sustentáveis.
Os materiais utilizados pela empresa são, por norma, certificados com o selo de “comércio justo” e “materiais ecológicos”. Os modelos produzidos e comercializados, pela marca, são, em parte, criados por designers, mas inspiram-se em modelos de marcas amplamente conhecidas. “O nosso objetivo é realizar uma substituição dos materiais tradicionais utilizados no calçado, para materiais ecológicos, sustentáveis e amigos do planeta”, explica a mentora.
A empresa possui representação internacional na Alemanha, na República Checa, em Itália, em França e nos países nórdicos. Em Portugal, trabalha com dez lojas e um terço da faturação da empresa desenvolve-se online.
A recolha do lixo do oceano é feita através de iniciativas sociais, que congregam ONG´s, escolas, municípios e voluntários. A primeira iniciativa deu-se ao largo da costa do concelho de Esposende, mas a recolha de lixo estendeu-se às praias do Porto e de S. Pedro de Moel.