A BLX-Bragalux, que integra um grupo de 24 empresas nas áreas de Energia, Telecomunicações, Gás e Renováveis, anunciou este fim de semana que está a preparar a mudança da designação, num momento de forte aposta na Inovação e na sustentabilidade dos investimentos, com enfoque na transição energética e nas Smart Cities.
Até 2025, o plano de investimentos do grupo ronda os 64 milhões de euros, 24 milhões dos quais são investimentos diretos, envolvendo a contratação de mais 255 colaboradores que se juntam ao universo superior a 1.350 atualmente em funções nas diversas áreas de atuação, tendo como pano de fundo a transição energética em que tem sido protagonista quer na eletrificação do país na década de 1980, quer nos atuais desafios de digitalização e descarbonização.
A comemorar os 40 anos de existência, a BLX-BragaLux, com sede em Palmeira, Braga, está presente no mercado nacional, sendo parceira da E-REDES na empreitada contínua de expansão e manutenção da rede pública do país, sendo uma das oito empresas nacionais envolvidas.
Com um volume de faturação que atingiu os 180 milhões de euros em 2020, 50 milhões dos quais gerados pela Bragalux, o grupo prepara-se para uma mudança de marca como resposta aos novos desafios da internacionalização. A campanha, que arranca no próximo mês de dezembro, configura uma mudança no paradigma do grupo. Exemplo disso é o reconhecimento da COTEC Inovação para três empresas do grupo: BLXBragalux, Posterede e Potauco.
Os administradores do grupo, Nuno Lameiras e Bruno Rodrigues salientam a capacidade inovadora e o enfoque na sustentabilidade dos projetos do grupo, para afirmarem a vontade de continuar a investir nos próximos anos em Portugal e na internacionalização, com expansão para novos mercados.
Apesar de não descurarem o potencial dos apoios europeus, Bruno Rodrigues afirma que “a nossa aposta não se centra nos fundos comunitários, mas sim na inovação. Os desafios são tantos e tão profundos que acreditamos que apenas as empresas com elevada capacidade em inovar irão prosperar a médio prazo”.
“O alinhamento com a estratégia de desenvolvimento qualificado, profundamente orientado ao cliente, é que nos tem permitido assumir posições de referência nos diversos mercados onde atuamos” complementa Nuno Lameiras.
Contudo, a questão mais premente que se deve colocar reside na correlação entre fundos e a inovação da economia. O diretor de Inovação do grupo e especialista em Smart Cities, Jorge Saraiva diz que o enfoque nesta área é bem visível com o Smart Lamppost, que será lançado brevemente no mercado.
“Além de inovação, é um manifesto para Smart Cities, dado que para a maioria dos grandes fabricantes de material elétrico, Smart City é uma oportunidade para vender novas versões dos seus produtos, adicionando-lhes alguns sensores e componentes Smart e assim reduzindo o ciclo de vida dos anteriores produtos”. Numa economia que se quer mais circular e numa transição energética que se deseja ser célere, esta atitude transversal aos grandes gigantes “pode ser rentável mas não é no melhor interesse das cidades”.
Jorge Saraiva considera que “é só via da adaptação das infraestruturas existentes, acrescentando-lhe tecnologia smart, que é possível atingir as metas da descarbonização e sustentabilidade do país”, conforme descritas no plano nacional de energia e clima 2030. “Esta é a aposta mais forte na década de Inovação da Bragalux”.
O produto BLX Smart Lamppost não precisa de uma estrutura própria de suporte, é instalado nas luminárias existentes e permite medir a qualidade do ar, a pegada de carbono especificamente no local; é uma estação meteorológica, tem ainda um sistema videovigilância (CCTV) que, com recurso à Inteligência Artificial, permite automaticamente contar carros e engarrafamentos, identificar acidentes e alguns atos de vandalismo respeitando sempre a privacidade dos transeuntes. Os dados são depois monitorizados constantemente na plataforma BLX-Digital Twin, outra das grandes inovações da empresa.