O Castro Group, de Braga, que se dedica ao investimento imobiliário, vai transformar a antiga fábrica da Lactogal, localizada em Matosinhos , distrito do Porto, num centro empresarial, com 18 mil metros quadrados, foi hoje anunciado. Segundo o Jornal de Negócios, trata-se de um investimento de 20 milhões de euros.
Em comunicado, o grupo bracarense adianta que o novo pólo já tem nome – SPARK – Smart Park Matosinhos, o qual reflete o conceito idealizado para este empreendimento: um edifício mais inteligente, voltado para as pessoas que o ocupam – “smart buildings” – e que, simultaneamente, está conectado com o planeta.
O concurso contou com as propostas de seis gabinetes de arquitetura nacionais, sendo que a vencedora pertence ao gabinete Paulo Merlini Architects. Motivados pelo lema “Us Is More”, este gabinete é conhecido por desenvolver projetos que “dão às pessoas os estímulos certos influenciando positivamente os seus níveis homeostáticos”.
O concurso de ideias – assinala o Grupo Castro – tinha como objetivo encontrar a melhor solução arquitetónica para a adaptação dos edifícios existentes a novos usos destinados a escritórios e serviços, mantendo a sua arquitetura industrial.
“Neste concurso tivemos propostas de grande qualidade, onde o projeto apresentado pelo Paulo Merlini se destaca, uma vez que vai ao encontro daquilo que são os valores do Grupo e dos projetos onde queremos deixar a nossa marca”, avalia Paulo Castro, CEO do Castro Group.
“Realçamos ainda a qualidade da proposta de intervenção, onde foi privilegiada a reabilitação do existente e onde a nova construção surge enquadrada de forma harmoniosa. O gabinete escolhido foi capaz de apresentar uma abordagem onde se destaca o cuidado pela idealização de espaços que conciliam a qualidade do trabalho com a qualidade de vida e bem-estar dos seus utilizadores. Simultaneamente, encontraram na natureza o mote para potenciar e dinamizar a zona envolvente através da criação de praças abertas à comunidade e de serviços que criam um ambiente fluído e sinérgico entre o interior e o exterior”, acrescenta.
Por seu turnom Paulo Merlini, CEO e fundador do gabinete vencedor, afirma que, “desde a primeira visita ao edifício, tornou-se imediatamente claro que qualquer intervenção deveria manter e idealmente potenciar a energia da edificação pré-existente, deste que já foi um símbolo da região”.
E acrescenta: “Esta tornou-se uma das premissas base de todo o projeto. Ainda que uma das diretrizes do concurso fosse a ampliação da área de construção para o dobro da original, procuramos que a nossa intervenção fosse o menos invasiva possível, dando destaque a este gigante adormecido. Desenvolvemos uma solução que, se por um lado pretende potenciar a presença da edificação original, por outro procura tornar-se uma expressão do que entendemos que deverá ser o escritório do futuro, da realidade pós-pandémica. Um espaço que responda às necessidades biológicas enraizadas no nosso genoma, um edifício que se expressa numa nova fusão entre a casa e o edifício de escritórios”.
Nesta nova proposta está presente a conexão entre os espaços interiores (escritórios do futuro) e exteriores (áreas verdes e abertas à comunidade) num ponto de encontro entre pessoas, ideias, negócios, arquitetura e natureza.
A Lactogal começou a ser construída em 1964 e concluída em 1967. A unidade fabril era utilizada para a produção e armazenamento de leite, tendo sido descontinuada a partir de 2009.