A Peugeot Citroën de Mangualde (do grupo francês PSA), empresas tecnológicas e universidades portuguesas vão desenvolver soluções tecnológicas que promovam a eficiência e a flexibilidade dos processos produtivos, um projeto com um investimento de 9,2 milhões de euros. A NEADVANCE – Machine Vision, de Braga, é uma das empresas envolvidas.
Esta quarta-feira, foi publicado em Diário da República o despacho assinado pelo ministro da Economia e pelo secretário de Estado da Internacionalização que aprova a minuta final do contrato de investimento a celebrar pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em representação do Estado português, a PSA, as cinco empresas tecnológicas e as três universidades.
Envolvidas neste consórcio estão a PSA, a Active Space Technologies – Atividades Aeroespaciais (Coimbra), a Critical Manufacturing (Maia), a NEADVANCE – Machine Vision (Braga), a RARI – Construções Metálicas, Engenharia, Projetos e Soluções Industriais (Moita), a MOTOFIL – Robotics (Ílhavo) e as universidades do Porto, da Beira Interior (Covilhã) e de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real).
Designado “INDTECH 4.0 – Novas tecnologias para fabricação inteligente”, o projeto “visa investigar e desenvolver soluções tecnológicas e conhecimento aplicado no contexto da Indústria 4.0/Factories of the Future, a fim de promover a eficiência e a flexibilidade dos processos produtivos”, refere o despacho.
A fábrica da Peugeot Citröen de Mangualde está inserida no ‘cluster’ da indústria automóvel, um setor que tem “particular destaque no panorama da indústria nacional pelo seu impacto no volume de exportações, no valor acrescentado nacional, no valor do investimento direto estrangeiro, no índice de tecnologia incorporada e na criação de postos de trabalho”, explica.
Por outro lado, a fábrica “ganhou também relevo na economia regional e nacional pelo seu elevado volume de emprego, forte dimensão económica e longevidade”, acrescenta.
Segundo o diploma, este projeto tem como objetivo “proporcionar à Peugeot Citröen Automóveis Portugal, S. A. incrementos de produtividade e de automatização, a nível operacional, tanto na fase de teste/demonstração como na fase de replicação para o conjunto da unidade fabril, posterior ao projeto”.
“Estima-se que o projeto tenha também efeitos positivos nas atividades das restantes sociedades do consórcio, nomeadamente, através da expansão do respetivo negócio”, sublinha, acrescentando que, para a maioria destas, será “o projeto de I&D de maior impacto tecnológico e dimensão económica a realizar entre 2018 e 2021”.
Isto porque se estima que, “entre 2015 e 2021, a despesa de I&D das sociedades envolvidas no projeto evolua de um valor base de 2,8 milhões de euros para um valor aproximado de 4,8 milhões de euros, num crescimento estimado de 71% ao longo deste período”.
O projeto vai permitir ainda à fábrica de Mangualde “aumentar, a médio prazo, a competitividade da sua posição no âmbito do grupo PSA, com efeitos na captação de projetos de industrialização de novos produtos, e às restantes sociedades do consórcio desenvolver novos produtos tecnologicamente avançados, cujas exportações futuras se situam em domínios de média-alta intensidade de conhecimento e tecnologia”.
“Estima-se que, em 2023, o projeto dê origem a um valor global de exportações de cerca de 30 milhões de euros, repartido pelas seis sociedades do consórcio, dos quais 21 milhões de euros cabem à Peugeot Citröen Automóveis Portugal, S. A. e 5,8 milhões de euros à MOTOFIL – Robotics, S. A.”, pode ler-se no despacho.
Ainda no âmbito deste projeto, estão previstas “18 novas contratações de pessoal altamente qualificado, a ocorrer entre 2018 e 2021, e a sua afetação a atividades de I&D”.
“No conjunto das sociedades do consórcio podem também vir a crescer, até 2021, 131 quadros altamente qualificados, em resultado da dinâmica de crescimento empresarial gerada pelo impulso estratégico alavancado pelo projeto”, avança.