Declarações dos treinadores após o jogo Benfica-Famalicão (0-0), da 31.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje, no Estádio da Luz, em Lisboa:
– Rui Pedro Silva (treinador do Famalicão): “Um jogo difícil, sobre o qual já tinha traçado que tínhamos sete baixas. Iria sempre ser um jogo extremamente difícil para nós, especialmente por essas baixas que tínhamos. Tentámos numa fase inicial ser uma equipa pressionante, mas pela qualidade do Benfica tivemos de baixar as linhas. Faltou-nos melhor decisão para conseguirmos finalizar.
Quebrámos a barreira dos 30 pontos, é mais um ponto na nossa luta. É sempre um dos nossos objetivos não sofrer golos e manter a baliza a zero, é nosso objetivo enquanto equipa saber defender e manter a baliza a zero foi muito importante, sem dúvida.
Acho que tivemos momentos de transição em que com uma melhor definição poderíamos ter finalizado melhor. É impossível não ficar satisfeito com a atitude dos meus jogadores e acho que com esta atitude e compromisso iremos atingir o nosso objetivo. Em jogos anteriores, com o Boavista e o Portimonense, houve situações de possível penálti e não comentei no final do jogo.
Tinha comentado com o Simon Banza que ele teria um papel fundamental no jogo de hoje. Pedi para ele ser um apoio, baixar mais linhas, e ele disponibilizou-se para a equipa ao fazer esse trabalho, está de parabéns.
Sabíamos que o Everton estava fora, o Rafa seria sempre uma dúvida para nós. O Diogo Gonçalves e o Gil Dias têm características semelhantes apesar de o perfil ser diferente. O Benfica é uma equipa que privilegia o jogo interior e tentámos bloquear, acho que foi conseguido, a nossa estratégia ofensiva passava por ter laterais bastante projetados e ofensivos”.
– Nélson Veríssimo (treinador do Benfica): “Não conseguimos ter a eficácia [ofensiva] que vínhamos registando nesses 22 jogos [o Benfica havia marcado em todos]. Há que dar mérito à estratégia defensiva do Famalicão, tínhamos de encontrar as soluções necessárias para ultrapassar essa estratégia defensiva.
Na primeira parte, tivemos mais dificuldades no que foi o nosso processo ofensivo, tivemos o controlo do jogo mas mais na lateralidade, nos centrais e nos corredores, e poucos movimentos de ataque à profundidade.
Na segunda parte, conseguimos corrigir isso, um outro aspeto, nomeadamente a posição dos alas para dar mais largura ao nosso jogo. O ataque à profundidade também verificou mais vezes e fomos crescendo no jogo. Fica o resultado, 0-0, mas criámos mais situações de perigo para materializar o nosso domínio, não o conseguimos fazer. Estamos tão ou mais frustrados que os nossos adeptos e temos de olhar em frente.
Às vezes penso que cada vez menos percebo disto. Nós que já andamos aqui há alguns anos, sentimos pela reação dos jogadores, como reagem e há pouco quando os jogadores reagem da forma como reagiram é claro que me parece que foi penálti.
Comparado com outras situações na nossa liga, que foram assinaladas e este não é. O árbitro poderia ter marcado penálti e nós não o concretizarmos, devíamos ter concretizado as ocasiões que tivemos. Mas é difícil perceber, não é o braço de apoio, o braço está colocado a uma dimensão que dá volumetria. Para mim, o árbitro não decidiu na circunstância do que eu acho.
Vamos fazer contas. O Sporting vai ter um jogo difícil, mas, ganhando, pode alargar para oito pontos ficando nove em disputa. É uma questão de lógica. É possível, mas sabemos que é difícil. Obviamente que o nossos objetivos têm de ser conquistar a liga, não conseguimos, mas acho que os jogadores tiveram muito mérito na Liga dos Campeões frente a Ajax e Liverpool e também com o Sporting – a ideia geral era de que íamos ser amassados e a equipa deu uma resposta muito positiva.
Não senti que a equipa tivesse perdido dinâmica ofensiva, continuámos a criar situações de perigo junto à baliza do Famalicão. Melhorámos o aproveitamento do jogo exterior na segunda parte, faltou-nos um pouco de diagonais curtas, essas ligações, e em alguns momentos conseguimos mas sem ter o critério que poderíamos ter. Nem sempre tivemos a lucidez de ligar mais o jogo.
Não tivemos o sucesso que queríamos, mas globalmente o que temos de perceber é que a equipa fez de tudo para ganhar o jogo. Não conseguimos e temos de lamentar isso. A mim o que pesa é tomar as melhores decisões do que são os interesses da equipa.
Temos um plantel de 23 jogadores mais os guarda-redes, muito do que é o meu passado como treinador faz com que tenhamos dois olhos sobre a evolução da equipa B. Faz parte do treinador da equipa principal ter um olhar mais atento. Temos de estar atentos como sempre estivemos à evolução dos nossos jogadores e depois tomar as melhores decisões”.