A embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Onhivets manifestou-se, hoje, em Braga, “convencida de que a vitória sobre o inimigo não está longe”, porque o país “é apoiado por todo o mundo democrático”, porque os ucranianos defendem a sua terra natal e pretendem “ concretizar a integração europeia e as aspirações euro-atlânticas”.
A diplomata, salientou que a Ucrânia quer “integrar uma poderosa família europeia dos povos, onde os direitos humanos são um valor fundamental.
A embaixadora presidiu a uma cerimónia religiosa realizada no monumento aos mortos da Revolução da Dignidade de 2014, existente no Parque da Ponte, em Braga, ato em que participaram imigrantes ucranianos, bem como o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, o deputado Firmino Marques, e três sacerdotes ucranianos da Igreja Ortodoxa de Constantinopla.
Honrar os heróis
Inna Onhivets continuou, dizendo: “Hoje, todo o povo ucraniano honra a memória dos heróis da Centena Celestial que morreram durante a Revolução da Dignidade pela liberdade da Ucrânia e pelo futuro europeu do nosso Estado”.
Sublinhou que, a Revolução da Dignidade ocorreu há oito anos,no coração de Kiev, na Praça da Independência, frisando que foi nessa altura que “a Rússia lançou uma guerra de agressão contra a Ucrânia que continua até hoje”.
Acrescentou que, “no contexto da atual escalada do conflito armado lançado pela Rússia contra a Ucrânia e perante o perigo de nova invasão, os heróis que que homenageamos aqui inspiram-nos com a sua coragem e sacríficio”.
“Sempre nos lembraremos da sua façanha. E isso dá-nos a determinação de continuar a luta contra os ocupantes russos pela restauração da integridade territorial e pela preservação da soberania do Estado ucraniano”.
E a concluir: “Deus está connosco e a verdade também! Glória à Ucrânia, glória aos heróis”.
Ucranianos são bracarenses
No final, quer Ricardo Rio quer Firmino Marques usaram da palavra para se mostrarem “preocupados e solidários” com a Ucrânia, enaltecendo o papel dos imigrantes ucranianos – muitos deles com nacionalidade portuguesa – residentes em Braga. “Os ucranianos que aqui vivem e dão o seu contributo para o desenvolvimento do concelho, são, também, bracarenses”, acentuaram.
Pedido de apoio e solidariedade
Inna Onhivets pediu, ainda, a todos os países do mundo, e em especial aos europeus e dos Estados Unidos, “mais solidariedade e apoio” face à agressão da Rússia, que – disse- já começou na zona de Donbass.
Em declarações a O MINHO, a diplomata vincou que as agressões dos separatistas pró-russos naquela região, não são mais do que o prolongamento de uma guerra que dura desde 2014: “O nosso exército não ataca nem atacou o DonBass. Mas está, hoje, mais preparado para fazer frente a uma invasão”, sublinhou.
Inna Onhivets recordou que o presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky pediu, na conferência de Munique, que os signatários do memorando de Budapeste, de 1994, se voltem a reunir para que sejam reafirmadas as garantias dadas quanto à independência da Ucrânia.
“A Rússia, os Estados Unidos e o Reino Unido deram garantias de que a nossa soberania seria respeitada e nós, em troca aderimos ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear desmantelando as armas atómicas que possuíamos”, realçou, acentuando que “tal está a ser violado” e que é a quarta vez que a Ucrânia pede essa reunião.
Criticou Vladimir Putin dizendo que o líder russo “quer voltar a impôr o império aos vizinhos, por não tolerar que sejam países democráticos, e estados que respeitam os direitos humanos”.
“A verdade é que, só num dia, um posto militar ucraniano junto ao Donbass foi atacado 60 vezes. O resto é falso, é propaganda!”, assinalou, manifestando-se “convencida de que a vitória sobre o inimigo não está longe”, porque o país “é apoiado por todo o mundo democrático”.