A Embaixada brasileira em Lisboa recebeu na semana passada um email com diversas ameaças de cariz xenófoba, racista, supremacista e homofóbica. O embaixador Raimundo Carrero informou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, que está a investigar o caso.
O autor do email, que diz apoiar o Chega e até apresenta-se com nome e apelido no endereço eletrónico, mas assina como “Reich Português”, em referência ao nazismo, pede ao Governo um plano de expulsão em 60 dias e que vai purificar o país com um “massacre”, e que o primeiro ataque será um atentado bombista contra um comboio ou um autocarro.
“Portugal é uma terra de brancos e para brancos. O facto: no sagrado solo lusitano não há lugar para seres sub-humanos como indianos, nepaleses, marroquinos, muçulmanos, judeus, ciganos, negros, os malditos brasileiros e os LGBTQIAP+”, diz o email, divulgado pelo blogue Portugal Giro, do jornal O Globo:
“Vamos purificar a nossa terra de todos estes vampiros e também dos maus portugueses esquerdistas que defendem as doenças da miscigenação racial, do multiculturalismo, da sodomia e do lesbianismo. Chega! Vamos restaurar a pureza a raça lusitana, somos uma raça superior e vamos fazer uma limpeza étnica em solo português”.
O autor do email garante que vai começar a fazer os atentados em 60 dias, até que consiga exterminar “todos os estrangeiros, homossexuais e não-brancos do Reich Portucalense”.
Carrero, que está no Brasil, entrou em contacto com o ministro João Gomes Cravinho, que avançou que as autoridades policiais e o Governo estão a investigar a origem do email com base nos metadados.
A Embaixada Brasileira demonstrou ainda que houve receio esta semana por causa do jogo da seleção brasileira frente ao Senegal em Lisboa, e também por conta do Fórum Jurídico em Lisboa, na próxima semana, onde estarão diversas figuras da política brasileiros, como os presidentes do Senado e da Câmara, além de vários ministros e o vice-presidente, Geraldo Alckmin.