Em Vila Verde, as multas de estacionamento não fazem quarentena

Covid-19

A oposição política no concelho de Vila Verde está indignada por uma alegada “falta de medidas” da autarquia local (PSD), no que diz respeito ao isolamento profilático e à desinfeção das ruas.

Em comunicado enviado à imprensa, José Morais, vereador do PS, aponta dedos à câmara e à empresa Sociparque [que gere o estacionamento pago à superfície] por não estarem a cumprir “recolhimento obrigatório” no que diz respeito às multas de estacionamento.

O vereador terá sido multado pela Sociparque, na sexta-feira, e, em resposta, questiona se a fiscalização de estacionamento é algo de primeira necessidade e se esta continuação de atividade não estará a “prejudicar a vida dos cidadãos”.

Pede ainda medidas proativas à autarquia, como é o caso de desinfeção de ruas, e também dos parcómetros, uma vez que são para continuar a trabalhar, medida também pedida por Paulo Marques, presidente do CDS local.

“Eu tinha a esperança que as entidades responsáveis por estes atos, pelo menos no momento que estamos a viver não fossem tão gananciosas e que fossem mais sensíveis ao problema”, escreve o vereador.

“Será que fiscalizar o estacionamento é um bem essencial como é manter aberto uma farmácia, uma padaria, um talho, um supermercado ou como transportar alimentos e outros bens de primeira necessidade?”, questiona.

“Querem que vamos aos parcómetros deixar ou apanhar o vírus ou que andemos a pé pelas ruas”, acrescenta.

“Como é que as entidades patronais destes fiscais/funcionários os obrigam a trabalhar na rua, num serviço não essencial, em lugar de os terem em recolhimento em casa, para bem deles, das suas famílias e de todos nós”, lamenta José Morais, partilhando a experiência que teve na sexta-feira.

“Fui multado no estacionamento ao ar livre em Vila Verde, quando deixei o carro estacionado cerca de meia hora, já que sou dos que têm de trabalhar para manter um serviço considerado essencial”, explica, indicando que outros municípes na mesma situação estavam “revoltados”.

“Isto é inadmissível. No estado de emergência em que vivemos é-nos pedido que andemos o menos possível na rua, que toquemos no menor número de objetos possível e depois fazem isto”, queixa-se.

Recorde-se que várias autarquias já suspenderam o pagamento de parcómetros, como Lisboa, Porto ou Braga.

 
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