O aumento da procura pelas alheiras vegetarianas produzidas por Laurentino Alves e pela mulher levou o casal de Paredes de Coura a criar uma nova unidade de produção, que deverá começar a laborar até final do ano.
“Sentimos necessidade porque o espaço que temos é relativamente pequeno para acompanhar o crescimento das encomendas e da produção. Aproveitamos para criar uma unidade nova, de raiz, onde poderemos criar mais produtos”, avançou Laurentino Alves, este sábado, à agência Lusa.
Além das alheiras vegetarianas, com e sem glúten, e dos hambúrgueres, com base de grão e de feijão, a nova unidade vai permitir o lançamento de novos produtos feito a partir de seitan (produto que substitui a proteína), como os chouriços e as morcelas vegetarianas.
Criado há quatro anos, num espaço no quintal da habitação do guarda prisional e presidente da União de Freguesias de Linhares e Cossourado, o negócio familiar – Enchidos Agramonte – produzia, essencialmente, de forma tradicional e artesanal, e fumados com lenha de carvalho, os enchidos tradicionais, como os chouriços, chouriças, morcelas e alheiras.
Em 2016, o município e amigos do casal, ligados à organização do congresso internacional Paredes de Coura Vegetariana, cuja quinta edição decorreu em setembro, desafiaram Albertino e a mulher a criar um enchido vegetariano.
Nasceu a “alheira do Tino”, como é localmente conhecida, responsável atualmente por cerca de 80% da produção da empresa familiar.
“Inicialmente fazíamos umas 80 a 100 por mês. Agora produzimos cerca de mil ‘alheiras’ vegetarianas por mês”, especificou.
Agora o negócio prepara-se para uma nova fase, com um espaço de produção especialmente destinado aos enchidos vegetarianos e com a criação de um posto de trabalho.
“A minha mulher é que se dedica a tempo inteiro ao negócio. Entrega as encomendas e faz as compras. Eu ajudo nos meus tempos livres e as nossas duas filhas, que estão a estudar, dão uma mãozinha ao fim de semana. Com a nova unidade de produção temos de criar um posto de trabalho para dar resposta às encomendas”, acrescentou.
O investimento nas novas instalações, “a rondar os 100 mil euros, passou pela aquisição de uma casa, que se encontrava fechada, situada a cerca de 100 metros da habitação do casal, onde o negócio familiar começou como um part-time.
“É um espaço criado de raiz, numa casa que se encontrava fechada e que adquirimos, reconstruímos e transformámos num espaço com cerca de 100 metros quadrados, com todas as condições para o fabrico deste produto”, explicou.
Laurentino Alves recusa “entrar em megalomanias” por defender que a Enchidos Agramonte deve crescer com “passos seguros” e continuar “o mais artesanal e tradicional possível”.
Em Paredes de Coura, as alheiras vegetarianas podem ser adquiridas na residência do casal de produtores ou na loja rural que o município tem instalada bem no centro daquela vila do Alto Minho.
A presença do produtor em eventos gastronómicos tem permitido que os enchidos vegetarianos estejam disponíveis em vários espaços comerciais e de restauração em diversas cidades do país.
*** Por Andrea Cruz, da agência Lusa ***