Em Paredes de Coura, a gestão do carvalhal faz-se com tração animal

Técnica mais sustentável usada em Corno de Bico
Foto: ICNF

A área protegida de Corno de Bico, em Paredes de Coura, está a receber desde 08 de novembro trabalhos de gestão florestal com recurso a tração animal para restauro de uma mancha de carvalhal, no âmbito do projeto Life Wild Wolf.

Usam-se “técnicas inovadoras e mais sustentáveis ambientalmente, como a tração animal, a qual permite uma maior proteção, do solo, da regeneração de árvores e de arbustos autóctones comparativamente ao uso de maquinaria pesada”.

Numa nota nas redes sociais, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) explica que o objetivo deste trabalho é “recuperar o bosque autóctone para aumentar as populações de presas naturais do lobo, como o corço, reduzindo assim o risco de ataques ao gado por parte deste predador”.

Com as ações de restauro ecológico a realizar pretende-se “melhorar os habitats florestais autóctones, como carvalhais e bosques ripícolas, através da erradicação de vegetação exótica e vegetação com elevado risco de incêndio”.

Numa parcela de 20 hectares na área do Baldio de Bico em cogestão com o ICNF, onde numa primeira fase – 08 e 11 de novembro – cortou-se uma mancha densa de Ciprestes (Cupressus sempervirens), com “reduzido valor ecológico e elevado risco de incêndio”.

Dentro na lógica do projeto, o transporte dos troncos de madeira foi assegurado por três binómios homem-cavalo, constituídos por dois cavalos de tiro e uma mula, treinados para este tipo de atividade florestal mais sustentável.

No futuro, pretende-se desenvolver outras intervenções de restauro ecológico nesta parcela, envolvendo a erradicação de árvores exóticas – Camecíparis (Chamaecyparis sp); a promoção da regeneração natural; a plantação de árvores e arbustos autóctones; e a reintrodução de espécies arbóreas extintas mo local, como o Teixo (Taxus baccata).

O ICNF frisa que esta iniciativa irá “assegurar uma melhoria do estado de conservação dos habitats florestais autóctones, permitindo aumentar as condições de refúgio e alimentação para as presas naturais do lobo, e demonstrando boas práticas de gestão florestal que possam vir a ser aplicadas em outras áreas”.

Além do ICNF, são parceiros do projeto, o BIOPOLIS-Cibio, Município de Paredes de Coura, e a GNR – Guarda Nacional Republicana, a comunidade do Baldio de Bico, representada pela União de Freguesias de Bico e Cristelo, a Aptran – Associação Portuguesa de Tracção Animal e a Universidade de Vigo, parceiras no Laboratório Rural em Paredes de Coura.

 
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