Declarações após o jogo Farense-Vitória SC (1-1), da 31.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol:
Bino Maçães (treinador do Vitória SC): “Não era o resultado que pretendíamos. Vínhamos aqui com a ideia de poder somar três pontos. Sabíamos das dificuldades, que o Farense precisava dos três pontos, muito importantes na sua luta para sair da zona de despromoção, e que queriam entrar forte, mas nós também tentámos fazer isso.
Chegámos ao golo, depois, quase de uma forma inesperada, vemo-nos em desvantagem e acho que tivemos uma boa reação. O Rochinha tem, logo de seguida, uma excelente oportunidade para chegarmos ao golo do empate, mas não conseguimos marcar.
Quando corrigimos algumas situações ao intervalo, vemo-nos em inferioridade numérica e, aí sim, a equipa depois teve uma grande alma e espírito de entreajuda, uma equipa ‘à Vitória’, à semelhança do que são as suas gentes.
Não foi só alma, foi também qualidade, saber fazer as coisas de uma forma serena, sabendo que tínhamos de acelerar o jogo e acho que, com todo o mérito, chegámos ao golo do empate porque fomos mais equipa nesse período.
Sabíamos, e tínhamos até falado, para mexer com orgulho dos jogadores, que vínhamos de seis derrotas seguidas fora e isso não pode acontecer numa casa como a nossa. Tínhamos de nos revoltar para reverter esse ciclo.
Conseguimos, não com uma vitória, é verdade, mas esperamos, nos três jogos que faltam, dar uma resposta dentro daquilo que pretendemos que a equipa seja no futuro e possa, no final do campeonato, atingir os seus objetivos”.
Jorge Costa (treinador do Farense): “[Mais uma vitória a fugir no fim] O quase tem sido um bocadinho a história dos últimos jogos do Farense. E não falo só dos quatro últimos, em que temos uma vitória e três empates, acho que podemos puxar um pouco mais atrás, aos últimos 10 jogos.
Não me agarro à sorte ou ao azar, agarro-me à competência ou à falta dela, à eficácia ou à ineficácia. E hoje, mais uma vez, fomos ineficazes. Claro que, depois, há outros fatores, mas tivemos oportunidades para matar o jogo.
Entrámos mal no jogo, entrámos ansiosos e, no primeiro lance, o Vitória faz o golo. Normalmente, a experiência diz-me isto, quando uma equipa está na situação em que estamos e sofre um golo, a tendência é para o descalabro e um jogo mal conseguido. Mas nós tivemos a capacidade de reagir, de dar a volta ao resultado, o que é de salientar.
Depois, provavelmente pela ansiedade, não tivemos a competência de gerir o jogo de outra forma. E acabamos por empatar o jogo, um golpe duro nas nossas ambições. Mas, continuamos vivos, continuamos na luta, e enquanto houver esperança podem contar connosco.
Foi um duro golpe nas nossas pretensões. Por aquilo que fizemos e por aquilo que merecíamos. Mas, os últimos três jogos são três finais, temos nove pontos em disputa. Estes jogadores, esta equipa, este clube, esta cidade e esta região merecem que o Farense fique na I Liga. Temos dado o nosso melhor, não há nada a apontar aos jogadores em termos de dedicação.
A situação não está fácil, como é evidente. Mas também é verdade que este ponto, que foi curto, permite-nos estar a uma vitória de alcançar três equipas, em função dos resultados das que faltam jogar. Faltam nove pontos, três jogos difíceis (Dragão, Tondela e Santa Clara), são nove pontos pelos quais vamos lutar até à exaustão.
Esses pontos irão no final cair para o nosso lado, se não todos, os suficientes para, no próximo ano, estarmos entre os melhores”.