Na freguesia de Vermil, no concelho de Guimarães, há uma agenda de concertos de fazer inveja a muitas cidades. Com os espetáculos para pequenas plateias, transmitidos em streaming para onde quer que haja gente interessada em vê-los, o Centro Laboratório Artístico de Vermil (CLAV) encontrou uma fórmula de sucesso que colocou a pequena localidade na rota da programação cultural nacional.
A primeira CLAV Live Session aconteceu em 2019, ainda antes de haver sinais de pandemia. A ideia era fazer pequenos concertos na sala (estúdio), das instalações do CLAV, situadas na antiga escola primaria de Vermil, ter uma pequena plateia e fazer a transmissão pelas redes sociais. Na altura, tratou-se de uma originalidade, o certo é que, durante a pandemia, muitos promotores de espetáculos tiveram que se adaptar a esta solução, para se manterem ativos.
No caso do CLAV, o sistema já estava montado, por isso, podem exibir a bandeira de serem os únicos que nunca pararam durante os confinamentos. Pelas CLAV Live Sessions, já passaram nomes como The Partisan Seed, Time for T, O Gajo, Daniel Catarino, Fosco, Bia Maria, LaBaq, Filho da Mãe, Surma, entre outros.
O concerto de sexta-feira, dia 25 de fevereiro, é a 43º CLAV Live Session e a última desta primeira série de 2022. Alberto Fernandes, o diretor artístico, promete mais para breve e lembra que a programação do CLAV vai além das Live Sessions, há também o Peles – International Drum Fest e o Ecofest, um festival de verão.
Já passaram por Vermil mais de mil artistas
Ao longo dos últimos anos, passaram por Vermil mais de mil artistas, muitos deles em residências. No caso das Live Sessions, os artistas chegam uns os dias antes e ficam a trabalhar nas instalações do CLAV. “Essa sempre foi a ideia: dar aos artistas condições para criarem. O segundo objetivo era descentralizar”, esclarece Alberto Fernandes.
Os artistas aproveitam o tempo em Vermil e presenteiam o público que os vai ver ao estúdio e o que assiste à transmissão com momentos originais. Surma, no dia 10 de fevereiro, surpreendeu com uma variação sobre o tema Femme Fatale, dos Velvet Underground e uma versão ao piano de uma música de Saint Vicent, “aprendidas em Vermil”, confessa a multi-instrumentalista.
Quando a transmissão das CLAV Live Sessions era feita no Facebook, as audiências atingiram picos próximos das cinco mil visualizações. “Mas, tínhamos que reduzir a qualidade para fazer o streaming, por isso, decidimos mudar para o Youtube, para podermos transmitir em HD. Perdemos alguma audiência, mas ganhamos qualidade”, assegura Alberto Fernandes. Além da internet, as CLAV Live Sessions também podem ser vistas no Porto Canal e no Alma Lusa (um canal exclusivo da Meo).
No último espetáculo desta temporada, dia 25 de fevereiro, o CLAV apresenta Lince, o projeto a solo da vimaranense Sofia Ribeiro. O concerto de Minta, que tinha sido anunciado para esta data, fica adiado para uma momento mais à frente, ainda durante este ano.
Encerrado este ciclo, o CLAV não pára, já tem aberta uma open call para o “Cacarejo n’Aldeia”. Trata-se de apoiar projetos musicais emergentes ao nível da gravação, edição e lançamento. O prazo para submeter as candidaturas termina a 03 de março.