Em Braga, Rui Rocha diz que é preciso retirar “ideologia” dos programas escolares

Legislativas 2025
Foto: Lusa

O líder da IL considerou hoje haver ideologia e doutrinação em “alguns conteúdos” ensinados nas escolas portuguesas, em particular no que se refere ao ensino da História recente, e defendeu que “não faz sentido” que isso continue a acontecer.

Em declarações aos jornalistas após ter visitado a escola D. Maria II, em Braga, que frequentou enquanto aluno entre o 7.º e o 11.º ano, Rui Rocha foi questionado se concorda com o PSD e CDS quando falam em retirar “conteúdos ideológicos” da disciplina de cidadania, uma reivindicação igualmente partilhada pelo Chega.

“A mim parece-me evidente que a ideologia não deve estar presente nos programas educativos”, respondeu o líder da IL, considerando que, “em alguns momentos, em alguns conteúdos”, isso tem acontecido.

“E, portanto, não faz sentido que continue a estar. Nós não estamos aqui para doutrinar os jovens, estamos para lhes criar oportunidades, para lhes ensinar sobretudo liberdade: de pensamento, de juízo crítico, de criticar aquilo que envolve”, disse.

Questionado se não acha que a escola hoje está a cumprir esse papel, e está antes a doutrinar, Rui Rocha respondeu: “Acho que pode cumprir mais”.

“E parece-me evidente que, nos casos em que existe essa tentativa de doutrinação pelos conteúdos escolares, não deve tê-lo. A nossa visão é de que é preciso apostar em áreas fundamentais para que os jovens estejam preparados para o mundo que se está a formar neste momento”, sustentou.

O líder da IL defendeu em particular que a escola deve passar a ter “mais literacia financeira” e “mais literacia digital”, uma vez que os “tempos que aí vêm são da inteligência artificial da digitalização” e os jovens precisam de ter “acesso ao futuro”.

“Portanto, a grande alteração que faríamos neste momento, para além de criar condições para que haja professores, instalações, para que o Estado se foque nesse papel essencial que é o da escola pública, seria também rever estas áreas”, referiu.

Instado a dar exemplos de matérias nas quais vê casos de doutrinação, Rui Rocha disse vê-la em algumas “visões da História”.

“Por exemplo, nós quando olhamos para a História recente portuguesa, os programas muitas vezes não chegam a esse ponto e ficamos sempre com uma visão que fica condicionada a uma determinada visão política”, referiu.

Rui Rocha disse achar que “os factos históricos devem ser factos históricos relatados com a isenção possível”, que, depois, “devem permitir uma visão crítica pelos alunos”.

“E esse sentido crítico é muito importante. Quando se passa uma visão apenas da História, isso condiciona também esse sentido crítico”, afirmou.

 
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