O empresário Carlo Monteiro é um dos mais bem-sucedidos, no país, na mediação de imóveis. Em 2020, com a pandemia de covid-19 a atemorizar a economia mundial e nacional, o mediador de Braga faturou um milhão de euros, em comissões de venda, de 231 imóveis. O valor total de imóveis comercializados atingiu os 39 milhões de euros. “É quase uma casa por dia”, sorri Carlo Monteiro, em entrevista a O MINHO.
O empresário entrou no setor imobiliário em 2009. Saído do têxtil, iniciou carreira na Remax e no final do mesmo ano já estava nos palcos principais da empresa, apesar da demora de quatro meses na venda da primeira casa.
Depois, nunca mais parou: concretizou-se como consultor n.º1 da Remax e foi um dos fundadores da Zome.
No meio profissional que o empresário apelida de “desporto de alta competição”, a sua progressão foi constante, de ano para ano, faturando cada vez mais. O ano passado não foi exceção.
“A pandemia obrigou as pessoas a olharem de outra forma para o lar ou para a casa. Houve pessoas a procurar casas mais adequadas às suas necessidades, e os estrangeiros continuaram a optar pela compra de casa em Portugal”, afirma.
O empresário não acredita que, devido à pandemia, os preços do imobiliário desçam radicalmente, apesar da presumível “bolha” de moratórias. “Não existe uma oferta grande de imóveis, para o preço cair assim tanto. Espera-se que o turismo retome em força e o governo continue a apoiar as famílias”, elabora.
Não obstante o mau momento, o crescimento do negócio imobiliário em Braga ao longo dos últimos anos deveu-se, segundo o empresário, aos seguintes fatores: “O país caiu nas boas graças do mundo e a imigração da comunidade brasileira representou um aumento na procura de imóveis. O preço da habitação, que estava demasiado baixo, ajustou-se num valor justo, para a 3.ª cidade de Portugal”.
Acredita que a inovação, a comunicação e a tecnologia são os principais motores de sucesso no setor, assim como os “princípios”. Assessora-se junto de uma equipa composta por 20 profissionais de diversas áreas, para conseguir chegar, apoiar e comercializar com o maior número de clientes possível de forma eficaz.
“Há dois anos investimos numa máquina, caríssima, geradora de realidades virtuais. O aparelho coleta entre 7.000 a 10.000 fotografias do interior e exterior do imóvel, do vendedor, para depois, através do nosso site, os compradores poderem visitar online a casa, sem sair do seu sofá. Esta tecnologia é extremamente útil, para vender, por exemplo no estrangeiro”, conta o empresário.
As estratégias de imagem e publicidade inovadoras têm, ao longo dos anos, colocado o empresário em posição de destaque no espaço público. E exemplifica: “Uma vez, no São João de Braga, imprimi notas de 500 euros com a minha cara e pedi a 15 pessoas da minha família que as distribuíssem pela festa. Fui o primeiro empresário do imobiliário, em Braga, a pagar formações de fotografia aos colaboradores e a investir em máquinas fotográficas de última geração”.
O foco da imobiliária que fundou, a Zome, aponta para o digital e para a prestação de serviços de qualidade aos clientes. “Este setor é muito mal visto pelo público, então, nós tentamos ser um carimbo de qualidade, priorizando sempre as necessidades do cliente”, realça Carlos Monteiro.
O empresário aconselha todos aqueles que se iniciam, ou pretendem iniciar, na profissão, a procurar acompanhamento e formação, através de imobiliárias competentes e a manter uma postura humilde. “É preciso aprender como funciona este setor, não é tão fácil como parece”, reflete.
“Esta profissão é como o vinho do Porto, quanto mais tempo se trabalha no ramo, mais lucrativa se torna. O caminho tem de ser sempre feito a pensar no futuro, com pauta pelos princípios e honestidade. Não estou na mediação imobiliária em part-time, como outros agentes imobiliários, estou aqui a tempo inteiro”, remata, para um milhão de euros, o empresário.