Eleição de Trump pode abrir janela nos Estados Unidos para o têxtil do Minho (e de Portugal)

Diz o presidente da ATP
Mário Jorge Machado. Foto: DR / Arquivo

Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), considerou que a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos da America pode ser uma oportunidade para as empresas têxtil, não só as fortemente implementadas no Minho, como em todo o país.

Em declarações ao Jornal T, o líder da associação e administrador da tinturaria Adalberto, explica que Trump quer taxar a importação de produtos chineses até 70%, situação que levaria o mercado americano a voltar-se para outros continentes, incluíndo o europeu, onde Portugal e o Minho têm forte tradição no sector, com o maior cluster de empresas em toda a Europa a ser ao redor de Famalicão.

“A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pode ter um lado positivo quer para a parte do vestuário quer para os têxteis-lar portugueses uma vez que as empresas vão procurar fora dessa zona. Podemos ganhar alguma quota de mercado”, disse Mário Jorge Machado.

Contudo, alerta que face à dificuldade na exportação para os EUA, a China poderá começar a exportar mais para Portugal, pois “as empresas chinesas ao não poderem vender tanto para os Estados Unidos vão procurar outros mercados, nomeadamente o europeu”.

“Estamos em desvantagem na Europa porque somos mais exportadores que importadores de mercadorias para os Estados Unidos. Esta guerra comercial pode gerar um menor crescimento da economia, quer americana, quer europeia, com todas as consequências que isso traz”, disse, em relação à taxa de 20% para exportações que Trump também quer colocar sobre produtos vindos da Europa.

 
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