O comediante Eduardo Madeira tem andado pelos últimos dias por Guimarães devido a afazeres profissionais, mas não deixou de passear pelo centro histórico e de deixar os seus ‘quinhentos’ em relação ao ‘berço da Nação’.
A braços com a estreia da peça Orlando, este sábado, no Centro Cultural Vila Flor, o também ator e argumentista fez questão de anunciar a sua chegada a Guimarães na quarta-feira, com uma publicação onde afirma, e trocando os ‘v’ pelos ‘b’, “I lobe this Town” (amo esta cidade).
Esta sexta-feira, voltou às redes sociais com nova fotografia, desta feita captada junto ao Paço dos Duques, com a estátua de D. Afonso Henriques como pano de fundo.
“Diz que graças ao indibiduo atrás de mim nasceu Portugal. Diz também que, apesar de manco, era grandalhão, teso e fod!do para a porrada. Distribuiu fruta pela mãe, pelos espanhóis e pelos sarracenos com assinalável sucesso beneficiando de tanto uns como outros andarem entretidos com mil e um conflitos lá deles”, escreve o comediante.
E prossegue: “Já esteve para falir, já voltou às mãos dos espanhóis, já se expandiu em franshising e, com altos e baixos, o projecto tem-se aguentado. Sabe Deus como, mas tem.
Temos todos carinho pelo homem. É aquele avô meio passado dos carretos mas empreendedor que todos admiram. Caso para dizer, que Rei”.
A peça de teatro “Orlando”, onde Eduardo Madeira será um dos intérpretes, tem estreia absoluta este sábado, em Guimarães, e quer ser um “tratado sobre dignidade humana” inspirado no livro homónimo de Virginia Woolf, “força de combate” à noção de género como forma de “produção de poder”. É encenada pelo ator Albano Jerónimo, recentemente catapultado para a fama internacional graças à série The One, da Netflix.
Em declarações à agência Lusa, Albano Jerónimo realçou que o drama escrito por Cláudia Lucas Chéu, a partir do livro “Orlando: uma biografia” (1928) e do atentado de Orlando, que, a 12 de junho de 2016, causou pelo menos 49 vítimas mortais num espaço de diversão noturna frequentado pela comunidade LGBTQIA+ na cidade norte-americana, tem um “prólogo e três atos”, sobre um período de “violência extrema”, centrada na “discriminação”, que deveria ser de “tolerância e aceitação”.
“Este espetáculo consiste em pegar não só nas questões de género do próprio romance pós-modernista que Virginia Woolf nos traz até estes tempos, mas também em desenvolvê-lo para um tratado sobre dignidade humana”, salientou o encenador e ator da companhia Teatro Nacional 21, envolvida na produção do espetáculo que se vai estrear no Centro Cultural Vila Flor.