Edifícios em Braga, Amares e Viana pré-selecionados para prémio mundial de arquitetura

Uma igreja, um centro desportivo e uma quinta concorrem ao “Building Of The Year 2023”

Três projetos de construção realizados no Minho estão entre os nomeados para os prémios “Building Of The Year 2023”, organizado pelo prestigiado portal de arquitetura ArchDaily, foi hoje anunciado. As obras estão incluídas entre 4.500 projetos de todo o mundo e estão em votação para uma seleção final de 15 em cada categoria.

Igreja ancestral de Fraião 

Um dos projetos submetidos a concurso é a Igreja Ancestral de Fraião, em Braga, considerada pelos arquitetos como uma “intervenção de análise e decisão”, tendo em conta descobrir “as características originais” com “revestimentos e extensões feitas com argamassas de cimento pintadas, tanto no interior quanto no exterior da igreja principal”.

A obra, datada de 2021, esteve a cargo do gabinete de arquitetura bracarense Nuno Ferreira Capa e incidiu sobre uma área de 100m2, composta por dois retângulos de dimensões ligeiramente diferentes – nave e igreja principal – com uma passagem com arco, esta revelada com a remoção de camadas de argamassa.

Foto: Attilio Fiumarella
Foto: Attilio Fiumarella
Foto: Attilio Fiumarella
Foto: Attilio Fiumarella

O arquiteto destaca a volumetria, onde a nave sobrepõe a igreja principal, embora revelando um leve aumento na alvenaria.

A torre de sino, no lado esquerdo da entrada axial da nave, é uma construção com estrutura e revestimento baseados em cimento desde o início do século XX, “onde nenhum sinal de pré-existência do edifício foi revelado”, adianta o gabinete bracarense.

As camadas de gesso e cimento da fachada acumuladas ao longo dos anos foram subtraídas, trazendo a pedra de volta à superfície como um ato solene do “começo” dos trabalhos.

Foto: Attilio Fiumarella
Foto: Attilio Fiumarella
Foto: Attilio Fiumarella
Foto: Attilio Fiumarella

Foi ainda efetuada uma “intervenção mais contemporânea nos elementos que não puderam ser alterados, como é o caso da torre de sino”.

Para esta torre e para o volume da elevação oriental/sul foi incorporada uma pele de aço patinado – aço Corten – cujas propriedades permitirão à construção receber uma camada enferrujada, conferindo-lhe características de maturação ao longo do tempo.

Centro de Alto Rendimento de Viana do Castelo

Outro projeto de arquitetura que se encontra em concurso é o do Centro de Atividades Desportivas – APPD, na praia de Cabedelo em Viana do Castelo. Este equipamento, previsto no Plano de Uso da Orla Costeira Caminha-Espinho (POOC), viu necessidade de ser construído para fornecer apoio a desportos náuticos, neste caso específico, kitesurf, windsurf e surf.

A obra ficou a cargo do gabinete de arquitetura Branco Cavaleiro, de Viana do Castelo e é datada de 2017. A estrutura sobe acima do sistema de dunas e consiste numa construção envolvida num sistema de ripas de madeira verticais.

Foto: José Campos
Foto: José Campos

“Escolhemos a madeira por este espaço ser extremamente simples e funcional, mas essencial para afirmar esses desportos nesta cidade”, explicou o gabinete de arquitetura na descrição do projeto submetida a concurso.

Foto: José Campos

As instalações consistem em três volumes com três funções diferentes. Embora com alturas e inclinações diferentes (mais ou menos como o sistema de dunas), as instalações fornecem proteção contra os ventos dominantes nas áreas externas. O primeiro volume a Norte abriga a área de bar (suporte mínimo) com um esplanada no telhado. Já o volume central abriga o depósito e o centro médico e, por fim, a Sul, está o terceiro volume com os chuveiros e armazéns.

Solar das Bouças em Amares

O terceiro projeto em concurso é do atelier de arquitetura bracarense Topos, está localizado em Amares e consiste num estudo, ou seja, numa primeira aplicação para um projeto global onde várias construções turísticas vão co-habitar, como é o caso de um hotel, um clube de golfe e uma galeria de exposições.

Foto: João Morgado
Foto: João Morgado
Foto: João Morgado
Foto: João Morgado

Esta série de edifícios constituem a entrada do Solar das Bouças e pretendem “criar uma imagem de identidade forte para toda a operação, através de um vocabulário formal específico para os três materiais principais: cimento, vidro e aço”.

“Esta primeira operação consistiu em enobrecer a entrada principal da propriedade, criando, em vez de uma cerca, uma passagem por um jardim na estrada de acesso”, explica o atelier.

Foto: João Morgado
Foto: João Morgado
Foto: João Morgado
Foto: João Morgado

A cor das videiras no outono ditou a escolha da cor avermelhada do edifício.

Prémios ArchDaily

Os prémio0s Archdaily “Building Of The Year” vão já na sua 14.ª edição consecutiva e pretendem reconhecer e recompensar projetos que fazer impacto por entre o mundo da arquitetura. Este ano estão 4.500 projetos a concurso, cujos nomeados para a final passam a ser conhecidos no dia 15 de fevereiro. Os vencedores são anunciados no próximo dia 23.

Pode consultar aqui os nomeados.

 
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