As obras da Ecovia Cávado-Homem decorrem atrasadas em Soutelo, Vila Verde, provocando empecilhos à mobilidade nos acessos para praia e nos caminhos de terra pela margem do rio. Moradores de Portocarrero, um dos locais intervencionados, queixam-se do barulho e da agitação provocada pela construção. Presidente da Câmara aponta para a primavera como data de inauguração da obra.
No valor de 292 mil euros, o contrato público para a “Construção da Ecovia do Rio Cávado – troço Mirante – Portocarrero”, celebrado entre o município de Vila Verde e a Prodigipadrão – Construção LDA, e que contempla um quilómetro de ecovia, consumou-se em 03 de agosto de 2020. “O prazo de execução do contrato é de duzentos e setenta dias, a contar da consignação”, lê-se no documento. De momento, as obras continuam a decorrer. O investimento total da obra é de 329 mil euros com o imposto sobre o valor acrescentado incluído. O projeto foi consubstanciado com fundos europeus, que suportam a maior parte do investimento, 279 mil euros.
Populares afirmaram a O MINHO que as obras estiveram paradas nos meses de pandemia. Durante o verão, pela praia fluvial de Portocarrero adentro – barulho, pó e camiões. A construção da ponte avança, tardia. No local, há moradores a queixarem-se de estarem “cansados e cheios de tanto barulho”. “Estou mortinha que a obra acabe, para ver se o sossego regressa”, afirma Teresa, idosa, “dona de casa” de avental à cinta, residente à entrada da praia.
Sem obra concluída, já há quem percorra o percurso de terra batida entre as duas praias, e aguardam impacientemente para poder fazê-lo com “melhores acessos e condições”.
Ponte sobre o Homem
Como aquele troço esta inserido no grande projeto intermunicipal da ecovia Cávado-Homem, está a ser construída uma ponte clicável e pedonal sobre o rio Homem, entre a margem do Mirante e o “Autocarro Bar”, para ligar depois à restante ecovia geral. O grosso pago pelo Município de Vila Verde à construtora “Sá Machado LDA” é de 358 mil euros, sendo que a construção é financiada a 85% pelo Minho Inovação no âmbito do Projeto Âncora da Qualificação das Experiências de Turismo de Natureza no Minho.
O contrato público assinado no primeiro mês de 2020, prevê um prazo de execução de 270 dias, após a consignação. A ponte continua em fase de construção.
Faial – Mirante
O Município de Vila Verde adjudicou à Marijobel LDA., pelo valor de 468 mil euros e com um prazo de execução de contrato semelhante às restantes obras – 270 dias a contar da consignação – a construção da ecovia do rio Cávado, troço Faial – Mirante.
As três obras pretendem materializar o projeto camarário de uma ecovia transversal às praias fluviais, com ligação à ciclovia de Vila Verde.
António Vilela: “Pronto na Primavera”
As obras foram promovidas pelo ainda presidente da Câmara de Vila Verde, António Vilela, que dá a sua explicação: “Nesta empreitada (Faial-Mirante) tivemos de abrir um segundo concurso público, com um preço mais alto, porque ninguém concorreu ao primeiro”, afirmou, contactado por O MINHO.
O autarca que está a terminar 12 anos à frente do município, afirma que a ecovia entre a praia fluvial do Faial e a praia fluvial de Portocarrero estará concluída pela primavera.
“No inverno não se pode fazer este tipo de obras, as margens têm de estar secas e os ancoramentos da ponte estão em zonas inundáveis. A ponte já devia estar pronta, mas atrasou-se. Já está montada e será inaugurada com esse troço da ecovia na primavera”, justifica.
A pandemia influenciou negativamente o fornecimento de peças para a obra. No entanto, o projeto da ecovia prossegue para outras paragens, como adianta o autarca: “Em Cabanelas o projeto da ecovia já está realizado e estão a decorrer contactos com os proprietários dos terrenos, para se fazerem acórdãos de aquisição”.
A Ecovia Cávado e Homem é um projeto que junta os seis municípios da NUT III Cávado: Esposende, Terras de Bouro, Barcelos, Braga, Vila Verde e Amares, unindo-os, através de uma “infraestrutura verde de mobilidade segura e sustentável”, ao longo de 75 quilómetros divididos em duas extensões: Ecovia do Cávado (55 quilómetros) e Ecovia do Homem (20 quilómetros)