A economia portuguesa cresceu 4,9% em 2021, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O crescimento de 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 é uma décima acima do esperado pelo Governo e o mais elevado desde 1990.
“No conjunto do ano 2021, o PIB registou um crescimento de 4,9% em volume, o mais elevado desde 1990, após a diminuição histórica de 8,4% em 2020, na sequência dos efeitos marcadamente adversos da pandemia covid-19 na atividade económica”, indica o INE.
Os dados superam quer as estimativas do Governo, quer das principais instituições nacionais e internacionais.
O ministro das Finanças, João Leão, assegurou em 17 de janeiro, que as medidas de apoio à economia e saúde adotados em dezembro devido ao agravamento da covid-19 no país não alteravam a previsão de crescimento económico de 4,8% em 2021, em linha com as projeções do Banco de Portugal e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.
No entanto, na terça-feira passada, durante uma arruada em Coimbra, o primeiro-ministro, António Costa, já apontou para uma estimativa de crescimento de 4,6%.
Entre as principais instituições nacionais e internacionais, a menos otimista era o Fundo Monetário Internacional, que projetava um crescimento de 4,4%, enquanto a Comissão Europeia previa uma subida de 4,5% e o Conselho das Finanças Públicas de 4,7%.
A explicar a evolução está, segundo o INE, “um contributo positivo expressivo” da procura interna, depois “de ter sido significativamente negativo em 2020”, registando-se uma recuperação do consumo privado e do investimento.
Já o contributo da procura externa líquida foi “bastante menos negativo em 2021”, explica o organismo de estatística, detalhando que se registaram “crescimentos significativos” das importações e das exportações de bens e de serviços.
No quarto trimestre de 2021, o PIB cresceu 5,8% em termos homólogos e 1,6% em cadeia. Em termos homólogos, o contributo da procura externa líquida foi positivo, devido a uma aceleração em volume das exportações de bens e serviços, tendo-se registado também um contributo positivo da procura interna.
“Refira-se ainda que no quarto trimestre de 2021 se verificou uma perda significativa nos termos de troca, mais intensa que nos dois trimestres precedentes, em resultado do crescimento pronunciado do deflator das importações, nomeadamente de bens energéticos e matérias-primas”, refere o relatório do INE.
Já a variação em cadeia do PIB no quarto trimestre refletiu uma diminuição do contributo positivo da procura externa líquida.