A easyJet vai operar 27 novas rotas no verão desde Portugal, algumas nos ‘slots’ que ganhou à TAP em Lisboa, uma “oportunidade momentânea” que a companhia aérea não antevê nos próximos anos, nos quais admite “crescimento limitado” no país.
“Para os clientes, o que importa é mais conectividade, mais escolha e grandes preços e, portanto, estamos realmente felizes por termos 27 novas rotas que estamos a lançar para a próxima temporada de verão” a partir de Portugal, anunciou em entrevista à agência Lusa o diretor da easyJet para o mercado europeu, Thomas Haagensen.
Entre estas rotas para a temporada de verão da aviação, que começa no próximo domingo, estão novas ligações diretas entre Lisboa e Bastia (Córsega), Maiorca, Ibiza, Menorca, Barcelona, Birmingham, entre outras, bem como de Porto para o Funchal ou para Porto Santo.
A partir do Porto, em abril, há voos para Nápoles e, a partir de julho, para Palermo. Há uma nova rota Lisboa-Glasgow a partir de junho e Faro liga com Barcelona e Toulouse, em junho, duas vezes por semana.
“No passado, não havia ligação direta a lugares como a Bastia ou Menorca, por exemplo, […] portanto estamos muito satisfeito com essa expansão”, observou Thomas Haagensen, qualificando Portugal como “um mercado importante” e “um grande destino para os clientes da Europa”, nomeadamente de França, Suíça e Reino Unido.
Algumas destas novas rotas serão operadas nos 18 ‘slots’ diários da TAP no aeroporto de Lisboa que a Comissão Europeia atribuiu à easyJet após imposição para aprovar o plano de reestruturação da companhia aérea de bandeira.
“Ter estes 18 ‘slots’ adicionais ajudou-nos a consolidar essa posição, mas não é apenas ser a segunda companhia aérea, é também melhorar a experiência dos nossos clientes ao passar do terminal dois [do aeroporto de Lisboa] para o terminal um, o que é um passo importante para nós”, referiu Thomas Haagensen.
Questionado sobre os resultados financeiros desta operação adicional em Lisboa dos 18 ‘slots’ que eram da TAP, que arrancou em novembro passado, Thomas Haagensen disse ser “muito cedo” para avaliar.
“A procura existe e estamos satisfeitos porque a operação está a decorrer de acordo com as expectativas, mas é extremamente cedo” para o analisar, indicou o responsável.
Em causa está o aval dado pela Comissão Europeia, em dezembro de 2021, ao plano de reestruturação da TAP e à ajuda estatal de 2.550 milhões de euros para permitir que o grupo regressasse à viabilidade, impondo para isso compromissos para não prejudicar a concorrência europeia, o que levou à alienação destas 18 faixas horárias em junho de 2022.
Apesar desta expansão, o diretor da easyJet em Portugal, José Lopes, qualificou esta como “uma oportunidade momentânea” que só se repetirá se “outros concorrentes perderem faixas horárias” em Lisboa ou no Porto.
Se isso não acontecer, e dadas as restrições nas infraestruturas destes dois maiores aeroportos do país, “é provável que, nos próximos anos, o crescimento em Portugal seja bastante limitado”, admitiu José Lopes, também em entrevista à Lusa.
“Não voltaremos a ver esta quantidade de crescimento, a menos que haja outra em termos de infraestruturas ou da reorganização do espaço aéreo que permita mais capacidade”, adiantou.
A companhia aérea britânica de baixo custo está presente em 37 países europeus e em 150 aeroportos, nos quais operam mais de 1.000 rotas com 320 aviões por toda a Europa, num total de quase 14 mil colaboradores em toda a rede e de 69,7 milhões de passageiros transportados em 2022.
A easyJet chegou em 1998 a Portugal, onde tem hoje mais de 830 trabalhadores e três bases (em Lisboa, Porto e Faro) para operar 89 rotas com mais de 30 aviões (19 dos quais baseados no país), sendo a segunda companhia aérea com maior presença no país, num total de 7,4 milhões de passageiros transportados em 2022.
Ao todo, a easyJet tem uma disponibilidade de 11,2 milhões de lugares de e para Portugal.