Declarações dos treinadores do SC Braga e do Benfica, após o jogo da 31.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado em Braga, que terminou com uma vitória das ‘águias’, por 4-1:
– Abel Ferreira (Treinador do SC Braga): “Na primeira parte, estivemos muito bem. Na segunda parte, o nosso adversário foi melhor. No cômputo geral, o resultado favoreceu a melhor equipa.
SC Braga reclama da arbitragem após derrota: “Um campeonato desvirtuado”
Tinha falado, na antevisão, que era fundamental a harmonia entre a nossa mente e o nosso corpo, e a verdade é que fizemos uma primeira parte de grande nível. Empurrámos o nosso adversário para trás. Com um bocadinho de mais critério e de definição, podíamos ir para o intervalo com outro resultado.
Esperávamos uma resposta de uma equipa com estofo de campeão, que queria outro resultado. O primeiro penálti surge numa situação de superioridade numérica nossa. O segundo penálti surge num lance semelhante. Não estávamos desequilibrados, mas faltou-nos ganhar os duelos. A partir daí, o Benfica, jogando bem em transição, com jogadores que definem muito bem, resolveu o jogo, com o terceiro golo marcado numa bola parada.
Foram 11 minutos em que o nosso adversário teve dois penáltis e um canto [para os três golos]. O jogo transformou-se. A seguir, sabíamos que recuperar 3-1 contra uma equipa com o estofo que tem era difícil. O adversário foi humilde ao baixar as linhas em vantagem.
Fiquei frustrado por não termos mantido a audácia e até algum estofo, mas temos de reconhecer o mérito do adversário, que foi capaz de desatar o nó. Estou orgulhoso do trajeto que fizemos, numa competição muito dura.
[O Braga está um patamar abaixo dos três primeiros classificados da I Liga e um patamar acima de todas as restantes equipas] Sim. Sublinho tudo.
Depois deste resultado, falar de arbitragem não é o mais adequado. Não dou desculpas, porque sabemos que temos de fazer mais e melhor.
[Frustrante acabar a I Liga, à partida, em quarto lugar] É um honroso quarto lugar. Esta competição é uma maratona. Andámos a lutar pelos dois primeiros lugares e depois pelo terceiro lugar. Os números e a identidade estão aí. Queríamos mais e melhor”.
– Bruno Lage (Treinador do Benfica): “Trata-se de uma vitória muito importante para nós, porque estávamos a jogar contra um adversário muito competente, que nos complicou imenso [a tarefa] na primeira parte. O segredo [para melhorar] foi ter melhor circulação [de bola] de um corredor para o outro. Fizemos isso na segunda parte. Tivemos uma atitude diferente, a nível tático, e fomos mais pressionantes.
Foi uma primeira parte muito boa do Braga. Criou-nos problemas quando tinha a bola, com dois médios atrás dos dois avançados a jogarem em ‘quadrado’. [Foi] Uma primeira parte equilibrada, com as duas equipas a terem os seus momentos, mas uma segunda parte muito forte do nosso lado, a fazer justiça ao resultado.
É manter a calma e o equilíbrio [nos três jogos que faltam]. É [preciso] estarmos serenos. Vamos de final em final. Temos mais uma final muito importante, contra o Portimonense [na 32.ª jornada]. É importante que [os adeptos] estejam sempre a apoiar-nos. O percurso de Lisboa ao Porto e, depois, do Porto a Braga foi feito de manifestações de apoio. Vamos estar sempre concentrados e empenhados para vencermos os nossos jogos.
Não comento arbitragens. O que faço, neste momento, é olhar para o momento difícil do futebol português. Temos de lhe dar credibilidade em todos os setores. Tenho algum receio que alguns adeptos de algumas equipas se afastem do futebol, como já acontece. Temos de defender a indústria do futebol, ou qualquer dia temos meia dúzia de clubes, meia dúzia de treinadores, meia dúzia de árbitros e meia dúzia de jornalistas.
Estávamos a vencer por 2-0, contra o Belenenses, e, em menos de dois minutos, o jogo ficou 2-2. O nosso adversário, o FC Porto, estava a vencer o Rio Ave por 2-0, até aos 85 minutos, e o jogo ficou 2-2. As equipas precisam de pontos para vencer o título, para chegar à Liga Europa e para não descer de divisão. É uma reta final muito difícil. Conhecemos muito bem o próximo adversário, o Portimonense, e vamos tentar apresentar uma boa dinâmica.
A confiança, desde a primeira hora, está na forma como nós treinamos. Tenho pena de não haver mais momentos em que os treinos sejam visíveis. Somos uma equipa que cria várias oportunidades de golo, com vários jogadores a terem facilidade na finalização, mas a confiança está no trabalho diário”.