Paulo Fonseca considerou, este domingo, que “é um exagero” dizer-se que o Benfica está mais fraco esta temporada, mas frisou a vontade do Sporting de Braga vencer os ‘encarnados’ esta segunda-feira, na 11ª jornada da Liga de futebol.
“Não me parece que o Benfica esteja tão debilitado e fraco, é um exagero essa análise. Só porque perdeu dois jogadores importantes, o Maxi e o Lima? Para o lugar do primeiro já tem um internacional A, o Nélson Semedo, e contratou dois avançados de grande qualidade, pelo que me parece injusto dizer que, por isso, o Benfica esteja menos forte”, afirmou o treinador do Sporting de Braga, na conferência de imprensa de antevisão ao jogo desta segunda-feira.
Paulo Fonseca considerou ainda natural que a saída do treinador Jorge Jesus demore mais tempo a ser colmatada.
“Houve uma mudança, saiu um treinador que esteve seis anos [no Benfica], treinador que por onde passa deixa marca, e as coisas não acontecem de um momento para o outro, é preciso tempo e, se calhar, mais tempo é necessário dada a mudança que houve no Benfica”, defendeu.
Sobre a turma da Luz poder estar a encarar este jogo como uma espécie de final, depois da eliminação da Taça de Portugal e de seguir em quarto lugar no campeonato (com menos um jogo), disse não ser uma preocupação sua.
“A minha [preocupação] é prepararmo-nos para defrontar um adversário de grande qualidade, que vem aqui com o intuito de vencer. Uma equipa em crise não conseguiria de forma tão clara, a uma jornada do fim, o apuramento para a fase seguinte da Liga dos Campeões. No campeonato está mais longe, mas estamos ainda no começo, falta muito para acabar”, disse.
O técnico não assumiu o favoritismo, mas garantiu que o Braga “vai entrar com a ambição com tem entrado para todos os jogos”.
“Não nos vamos acomodar nem esconder nesse facto de não termos pressão de lutar pelo título, porque ambição é o que não falta a estes jogadores. Sei do que falo e quando eles entrarem em campo não vão olhar para a dimensão do Benfica e acreditam que é possível vencer”, disse.
O presidente da mesa da assembleia-geral da SAD do Sporting de Braga, António Marques, disse esta semana temer que a “guerra” entre Benfica e Sporting possa “sobrar” para os minhotos por poder funcionar como uma pressão sobre a arbitragem.
“Parece-me que é uma preocupação legítima das pessoas do Braga relativamente ao que está a acontecer em relação à ‘guerra’ que existe em Lisboa, e não queremos ser apanhados no meio. Mas temos um árbitro de qualidade para o jogo [Hugo Miguel] e estou descansado”, disse o treinador.
O facto de ter mais 24 horas para descansar em relação ao jogo com o FC Porto, contra quem jogou num domingo depois de receber o Marselha numa quinta-feira, é importante, defendeu o técnico.
“Na altura disse que isso nunca serviria de desculpa e não vai servir agora, mas é diferente jogar na segunda-feira e não no domingo. É significativo e muito importante termos mais 24 horas de descanso e acho que vamos estar melhor preparados fisicamente do que no jogo com o FC Porto”, disse.
Paulo Fonseca fez questão ainda de referir que uma eventual luta pelo terceiro lugar “é utópica”: “não quero iludir ninguém, definimos de forma clara os nossos objetivos no início da época, que passa por apurarmo-nos para as provas europeias conseguindo, no mínimo, o quarto lugar”, disse.
Sporting de Braga, terceiro classificado, com 20 pontos, e Benfica, quarto (menos um jogo), com 18, defrontam-se na segunda-feira, às 21h00, no Estádio Municipal de Braga, jogo que será arbitrado por Hugo Miguel, da Associação de Futebol de Lisboa.