Foi este domingo celebrada a canonização do antigo arcebispo de Braga e bispo de Viana, Frei Bartolomeu dos Mártires, indicado santo em julho de 2019.
A cerimónia decorreu na Sé de Braga, numa missa presidida pelo cardeal Angelo Becciu, prefeito da Congregação para a Causa dos Santos.
Durante o evento, foi lido o Decreto de Canonização que inscreve o antigo arcebispo no catálogo de “Santos”.
Na cerimónia estiveram presentes também os bispos portugueses e galegos.
Antes da celebração, realizou-se uma procissão até à Sé, que partiu do seminário conciliar de Braga (Igreja de São Paulo).
Santo viveu grande parte da vida em Viana do Castelo
É na paróquia de Monserrate, em plena ribeira da capital do Alto Minho, que está situada a igreja de São Domingos, do século XVI, e onde se encontra o relicário com os restos mortais do novo santo português.
A igreja integra o antigo convento de Santa Cruz, depois designado de São Domingos, que, tal como a igreja, foi mandado construir por Frei Bartolomeu dos Mártires. Foi naquele convento que o beato morreu a 16 de julho de 1590 e onde se encontra sepultado.
Bartolomeu dos Mártires foi declarado venerável em 23 de março de 1845, pelo papa Gregório XVI, e beato, em 04 de novembro de 2001, pelo papa João Paulo II.
Bartolomeu dos Mártires (nascido Bartolomeu Fernandes) nasceu em Lisboa, em 03 de maio de 1514, e morreu em Viana do Castelo, em 16 de julho de 1590.
Foi arcebispo de Braga entre 1559 e 1582, tendo tido uma participação importante no Concílio de Trento, como um elemento destacado da ala renovadora da Igreja de então.
Dedicação aos pobres
Em Viana do Castelo não ficou apenas conhecido por ter mandado construir o convento tal como a igreja contígua, mas sobretudo pela sua dedicação aos pobres.
Renunciou como arcebispo em 23 de fevereiro de 1582 e recolheu-se no convento em Viana do Castelo, onde morreu a 16 de julho de 1590.
Bartolomeu dos Mártires foi sempre apelidado pelo povo como o “arcebispo santo, pai dos pobres e dos enfermos” e insistiu, em vida, na deposição dos seus restos mortais naquele convento, numa altura em que a diocese local ainda não existia, sendo liderada por Braga.