É linda e voltou a aparecer em Esposende

Um exemplar do cnidário veleiro (Velella Velella), um ser monotípico flutuante com toxinas e uma estrutura triangular que parece uma vela foi encontrado esta semana na praia de Ofir, em Esposende, aumentando o número de avistamentos de organismos gelatinosos que têm ocorrido na costa portuguesa. Apesar de ser considerada inofensiva, pode causar alergia a pessoas com pele mais sensível.

Exemplar captado em esposende. Foto: Teresa Beirão / gelavista / IPMA

Ao que O MINHO apurou junto do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o registo desse veleiro já foi submetido ao projeto de ciência cidadã apoiado pelo instituto, o Gelavista, dando conta ainda de outro avistamento do género na praia de Mindelo, em Vila do Conde, bem como noutras praias fora do âmbito minhoto que listaremos mais abaixo.

Segundo o IPMA, o aparecimento deste animal hidrozoário na costa portuguesa, em particular no Minho, é uma ocorrência comum. A distribuição desta espécie ocorre um pouco por todo o mundo.

Possui uma câmara flutuante e uma vela, lembrando mesmo um veleiro

De acordo com o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, desde 2020 que a Velella velella está registada com a definição :”um celenterado hidrozoário, encontrado em flutuação livre em águas marítimas quentes e temperadas”.

“Pode atingir cerca de sete centímetros de comprimento e tem uma câmara de flutuação azulada, encimada por uma estrutura triangular rígida e translúcida que se mantém acima da superfície da água (permitindo a deslocação por ação do vento) e pequenos tentáculos urticantes pendentes na parte inferior”.

VELEIRO (VELELLA VELELLA). FOTO: HUGO SANTOS / UNIVERSIDADE DO PORTO

Nunca causou problemas de saúde a ninguém

O instituto do mar admite que não “há evidências de queimaduras ou problemas de saúde associados, por isso é considerada inofensiva”. Contudo, pode causar uma breve reação alérgica em pessoas com maior sensibilidade

O IPMA adverte que por o ser possuir pequenos tentáculos que são “ligeiramente urticantes”, é “aconselhável evitar o contacto direto com os mesmos de forma a evitar potenciais reações alérgicas, em caso de maior sensibilidade”.

A ‘prima’ caravela-portuguesa é a que não se pode tocar

Como sabemos, até porque O MINHO tem noticiado, há cnidários que são bastante tóxicos, e um deles tem um nome que nos diz muito – caravela-portuguesa (Physalia physalis) -, por ter uma forma associada à caravela, e também tem surgido nas praias portuguesas na última semana, mas desta vez em nenhuma do Minho.

CARAVELA-PORTUGUESA (PHYSALIA PHYSALIS). FOTO: MANUELA JORGE (GELAVISTA)

O IPMA explica que estas duas espécies podem ser confundidas por apresentarem algumas semelhanças como a cor azulada e o facto de flutuarem à superfície do mar, e frequentemente avistadas na nossa costa no verão, e salienta as diferenças.

Diferenças entre Veleiro e Caravela-portuguesa

Velella velella (veleiro): flutuador em forma de “vela” triangular achatada, de pequenas dimensões (1 a 8 cm), tentáculos curtos. Na maioria dos casos não representa perigo para os banhistas, mas pode provocar alguma alergia ou irritação.IPMA

Physalia physalis (caravela-portuguesa): flutuador em forma de “balão”, em geral, de maiores dimensões que a Veleiro. Com tentáculos de 30m, são muito urticantes, capazes de provocar graves queimaduras e outros problemas em pessoas de saúde mais frágil.IPMA

 
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