Declarações dos treinadores do Moreirense e do FC Porto, após o jogo da 21.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que terminou com um empate (1-1):
Ivo Vieira (treinador do Moreirense): “[O comportamento] dos jogadores foi fantástico. Este empate deve-se ao trabalho deles à semana e ao desempenho nestes meses em que temos trabalhado juntos. É frustrante sofrer um golo aos 90+2 minutos, quase com o resultado na mão, mas temos de ser equilibrados na avaliação do jogo. Na primeira parte, o FC Porto foi mais forte. Cometemos alguns erros em posse.
Na segunda parte, tentámos libertar os jogadores e fazê-los acreditar que era possível fazer melhor. Na minha opinião, o Moreirense foi mais forte. O resultado acaba por ser justo, porque o FC Porto criou as suas situações, mas há sempre um sabor amargo quando se está a ganhar e se sofre um golo aos 90. O resultado acaba por ser justo. Foi um jogo com duas equipas a procurar a baliza do adversário.
Esperávamos o Fernando [Andrade] na frente, num 4x2x4, ou o Danilo ou o Loum no meio-campo, em 4x3x3. Estávamos preparados para as duas situações. Tivemos pouco tempo para preparar este jogo, mas o suficiente para preparar a equipa em termos táticos.
O nosso futebol está carente de espetáculo e de audácia e nós estamos a pagar um pouco por isso a nível internacional. Hoje, só temos uma equipa na Liga dos Campeões e uma outra na pré-eliminatória. Se todos fôssemos mais corajosos, a não jogar só para o ponto, íamos crescer muito e aqueles que representam Portugal iriam estar mais fortes lá fora, tal como há 10 anos, quando metíamos três equipas na Liga dos Campeões.
Eu defendo esta ideia de jogo, de atrevimento, nunca faltando ao respeito pela valia das outras equipas. Ou ficamos no nosso meio-campo e perdemos por 1-0, sem fazer nada para ganhar, ou perdemos por 1-0 ou por 2-1, a tentar ganhar. Os resultados estão à vista. Com o Benfica, [ganhámos] 3-1. Hoje foi 1-1. Creio que Portugal só pode crescer assim.”
Sérgio Conceição (treinador do FC Porto): “À quantidade de ocasiões que tivemos nos dois últimos jogos, ganhávamos de forma tranquila se fôssemos eficazes, independentemente do bom trabalho das duas equipas com quem jogámos, Vitória [de Guimarães] e Moreirense, que foram competentes, competitivas e dificultaram ao máximo a nossa tarefa.
Fizemos uma boa primeira parte, chegando ao último terço com alguma facilidade. Tivemos três, quatro situações em que poderíamos ter definido de forma diferente. Só num momento de bola longa, o adversário criou perigo, num lance do Heriberto.
No início da segunda parte, até aos 20 minutos, não estivemos tão bem. Atacámos à pressa e não depressa. Por se atacar à pressa, houve falta de equilíbrio em termos defensivos. Daí o Moreirense ter atacado mais, mas sem grande perigo.
Depois fomos mais intensos, mas sofremos um golo de bola parada. Fomos à procura do golo, tal como no início. Depois de marcar, tivemos duas ocasiões para vencer o jogo, mas a nossa eficácia ofensiva não tem sido a melhor. Tirando os primeiros 20, 25 minutos da segunda parte, a jogar assim, os resultados vão aparecer.
Até ao final da época, não vou falar de arbitragem. A minha agenda tem o símbolo do FC Porto e por baixo o nome do presidente, Jorge Nuno Pinto da Costa.
No ano passado, estivemos em primeiro lugar, depois baixámos para o segundo lugar, mas acabámos em primeiro.
Este é o 26.º jogo sem perder. É de louvar todo o trabalho feito no FC Porto. Não é normal [a ineficácia apresentada], mas são ciclos que acontecem numa época. Temos de perceber o que temos de melhorar e olhar para o próximo jogo, da Liga dos Campeões [com a Roma]. Aqui há trabalho, qualidade individual e coletiva, e vamos disputar o campeonato até ao final.”