Um concerto com um assobiador francês é uma das novidades da 11.ª edição do Festival Internacional de Órgão de Braga, que vai decorrer de 02 a 18 de maio, com um total de 12 espetáculos, foi hoje anunciado.
Em conferência de imprensa, o diretor artístico do festival, José Rodrigues, destacou ainda a presença do ‘sheng’, um instrumento milenar chinês, das trompas alpinas, das charamelas, do ‘cornetto’ e do trompete barroco.
Tudo isto, sublinhou, a par de instrumentos de sopro como o oboé, a flauta, o clarinete e a trompa.
A edição deste ano tem como tema “O órgão e o sopro”, contando com uma “maioria expressiva” de músicos portugueses, mas também com “alguns dos melhores a nível mundial”.

O festival abre dia 02 de maio, nos mais de 3.500 tubos dos órgãos da Sé Catedral de Braga, com “Sopros da Germânia”, concerto “comandado” pelo organista titular da Catedral de Colónia, Winfried Bönig.
No dia 03, na Igreja do Salvador, Daniela Moreira e o Camélia Ensemble apresentam-se numa formação 100% no feminino, com obras do período do barroco.
No mesmo dia, mas na Igreja de S. Lázaro, a proposta é música clássica e tradicional dos Alpes, com instrumentos originais das montanhas suíças, designadamente as trompas alpinas.
No dia 04, o festival viaja até à Igreja Nova de Prado, em Vila Verde, para um concerto de órgão e assobio, apresentado como “um dos mais originais” da edição deste ano.
Acompanhado ao órgão, o assobiador Bertrand Causse interpretará “algumas das peças mais sublimes da história da música”.
No dia 09, a proposta será um concerto pelo organista titular dos Clérigos, Rui Soares, com o quarteto de sopros barrocos Mvsica Antiqva Porto.
“Um sopro do Oriente” soará no dia 10, com Megumi Hamaya no órgão e Wu Wei no ‘sheng’, um instrumento também conhecido por “órgão de boca”, que terá surgido na China há mais de 5.000 anos.
No dia 10, haverá para ouvir música antiga, num concerto liderado pelo organista da Catedral de Santiago de Compostela, Adrián Regueiro.
No dia seguinte, o festival volta a sair de Braga e ruma a Póvoa de Lanhoso, para um espetáculo de órgão (Diogo Zão) e flauta barroca (Luís Melo), acompanhado pelo coro feminino Ars Vocalis.
Harmónio, cravo e órgão são os instrumentos do espetáculo do dia 16, enquanto no dia seguinte haverá teatro musical, a partir do conto “A floresta”, de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Dia 17, atua a Banda Sinfónica da PSP, encerrando o festival no dia 18, com “música para reais fogos de artifício”, uma obra estreada em 1749 que resultou da encomenda do rei George II para comemorar o final da Guerra da Sucessão.
Todos os espetáculos são de entrada gratuita.
O diretor do festival sublinhou a importância do certame para a divulgação e recuperação dos órgãos de Braga, a maioria dos quais com mais de 300 anos.
A ideia, sublinhou, é “fazer de Braga um centro dinamizador de uma rota de órgãos”.
O presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, defendeu que o concelho “tem recursos para ser uma referência regional e nacional” na área, aludindo mesmo à criação de um ‘cluster’, reunindo quem saiba reabilitar os órgãos, quem saiba compor e que saiba usar e tocar.
O autarca aplaudiu ainda a ideia de haver uma programação mais regular, eventualmente mensal, alusiva ao órgão em Braga.
Este ano, o festival tem um orçamento de cerca de 100 mil euros, contando com um apoio direto de 40 mil euros por parte do município.