Declarações após o jogo Boavista-SC Braga (1-1), da 25.ª jornada da I Liga de futebol, disputado hoje no Porto:
Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Acho que fizemos uma primeira parte de elevado nível. Criámos oportunidades, marcámos e tivemos um domínio muito grande sobre o Boavista, que teve grande dificuldade para chegar perto da baliza do Matheus.
Acho que chegámos ao intervalo como justos vencedores e creio que confundimos um pouco a equipa do Boavista pelo posicionamento dos nossos jogadores. Na segunda parte, o Petit corrigiu aquilo que tinha de corrigir e estávamos à espera da reação do Boavista. A intenção era continuar a pressioná-lo para tentarmos fazer o segundo golo.
O que é certo é que o Boavista teve um mérito muito grande nessa pressão, mas, na realidade, consegue fazer um golo. De resto, houve alguma dificuldade em criar reais oportunidades. Nós também não as criámos e estávamos mais longe da baliza deles.
Com as primeiras substituições, creio que reequilibrámos o jogo. Com as alterações seguintes, fomos mais acutilantes e agressivos na frente. Temos duas situações, que se desdobram em quatro claríssimas oportunidades de golo. Incrivelmente, não marcámos.
No cômputo geral, foi um jogo muito disputado. Sem dúvida, é difícil jogar no Bessa, contra uma equipa boa e intensa. Creio que merecíamos mais deste jogo. Na minha opinião, merecíamos ganhar, mas vamos em frente e na quinta-feira temos um jogo importante [frente aos franceses do Mónaco, nos oitavos de final da Liga Europa].
Mudança de sistema tático? Fizemos o que tínhamos a fazer dentro da nossa forma de jogar. Mudámos um ou outro posicionamento para confundir o Boavista e ter mais bola. Acho que isso foi amplamente conseguido. Na segunda parte, atendendo à retificação posicional do Boavista, buscámos mais uma variação da nossa forma de jogar para tentarmos vencer, mas não conseguimos por manifesta infelicidade nessa ponta final.
Não temos essa intenção [de priorizar a Liga Europa]. A nossa intenção em cada jogo passa por respeitar a camisola do Braga e jogar para vencer em todas as competições. Temos feito o melhor e o máximo em cada jogo. Face aos recursos e à densidade de jogos, acho que temos feito um trabalho bom. Não é excelente, mas é bom. O objetivo é alcançar o máximo de vitórias possíveis e no final faremos as contas”.
Petit (treinador do Boavista): “Foi um jogo muito amarrado na primeira parte. Até ao lance do penálti, não havia oportunidades dos dois lados. Cometemos mais um erro a sofrer uma grande penalidade, tal como na semana passada [no triunfo sobre o Estoril Praia].
Tivemos de reagir e tentámos mudar para um ‘4-3-3’, mas não criámos muitas situações. Corrigimos ao intervalo, porque tínhamos trabalhado durante a semana sobre o espaço que poderia estar disponível nas costas do lado esquerdo do Braga. Na primeira parte, nunca conseguimos esticar o jogo para abrirmos espaços entrelinhas.
Mudámos completamente na segunda parte, começámos a alternar entre profundidade e jogo interior e chegámos à igualdade. Depois, o Braga teve mais duas ocasiões. O jogo ficou muito partido e com situações para os dois lados. A definição não foi a melhor da nossa parte. Foi um ponto. Não era o que queríamos, mas é mais um.
Constantes más entradas em jogo? É uma boa pergunta, porque também ando à procura de soluções. Temos entrado nos jogos a sofrer primeiro e a andar atrás do prejuízo. Cheguei ao Boavista em dezembro e vou vendo evolução nos jogadores, mas tenho de tentar ver porque não entrámos bem nos jogos e temos de sofrer para depois reagir.
Há situações em que cometemos alguns erros infantis, fruto da juventude de alguns jogadores. A quantidade de penáltis que temos sofrido por causa de bolas na mão está a penalizar-nos. Às vezes, temos de ser mais intensos para querer mandar logo desde o início, mantendo o respeito pelo opositor. Isso não está a acontecer e vamos analisar”.