É de Barcelos e foi escolhido por André Ventura para liderar a lista do Chega pelo círculo do distrito de Coimbra. Mas não é a mobilidade geográfica que maior espanto causa nesta escolha, mas sim a política. Paulo Ralha, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, já foi militante do PS, candidato do Bloco de Esquerda e apoiante da candidatura presidencial da bloquista Marisa Matias.
Nas eleições legislativas de 2011 surgiu em quinto lugar na lista do Bloco de Esquerda para o distrito de Braga. Em declarações à SIC, conta que chegou a ser expulso do PS e readmitido como militante em 2013, pela mão de António José Seguro. Voltou a desvincular-se dos socialista em 2019.
Nas presidenciais de 2016 deu a cara pela candidata do Bloco de Esquerda, Marisa Matias.
Apesar de todo este percurso à esquerda, foi agora apresentado como candidato do Chega por Coimbra.
E a mudança de rota política foi repentina. De acordo com as declarações que fez à SIC, Paulo Ralha foi convidado poucas horas antes de ser anunciado como candidato. E só ontem é que se tornou militante do Chega.
Paulo Ralha presidiu ao Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos durante oito anos, até 2020, quando foi sucedido no cargo por Ana Gamboa.
Ainda de acordo com a SIC, foi precisamente nessa função, há cerca de oito anos, que conheceu André Ventura.
Paulo Ralha já esteve nos holofotes mediáticos quando, durante o Governo de Pedro Passos Coelho, foi um dos principais rostos na denúncia da existência de uma “lista VIP” no fisco, com nomes de figuras de poder, à qual sempre que os trabalhadores acediam para fazer alguma investigação acabavam por ser chamados à auditoria. O caso foi depois arquivado pelo Ministério Público.
As eleições legislativas realizam-se a 30 de janeiro.