Declarações após o jogo Vitória SC – Benfica (0-0), da oitava jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Moreno (treinador do Vitória SC): “Não passámos a ser uma ‘superequipa’. Não vamos ficar ‘frustrados’ com um empate com o Benfica, após a forma como o jogo decorreu. Temos de perceber aquilo que o Benfica cria aos adversários. Um empate frente a uma equipa que ainda não perdeu é positivo.
Não foi o melhor jogo a nível técnico, mas dou aos parabéns aos nossos atletas, pela forma como interpretaram o que se fez ao longo da semana. Se não tivessem sabido interpretar, o Benfica teria ganhado em Guimarães.
Tivemos de perceber aquilo que o Benfica tem. O coletivo poderia não estar a funcionar, mas tínhamos de estar em alerta para com o talento individual do Benfica. Faltou-nos ter mais calma na segunda parte para aproveitar os espaços concedidos pelo Benfica, que os houve.
Queríamos mais qualidade, mas o adversário não nos permitiu. Precisamos de mais qualidade no futuro para somarmos pontos no campeonato, mas há uma coisa de que gosto nas minhas equipas: perceber o que tem de fazer em todos os momentos do jogo.
Num desses espaços, o Safira apareceu isolado perante o Vlachodimos [num lance assinalado como penálti, antes da reversão pelo VAR]. Já vi lances assim serem assinalados penálti no futebol português. É claramente penálti o [lance] do André André [aos 61 minutos]. Não percebo porque não foi chamado o vídeoárbitro para ver o lance.
As faltas existem para serem feitas [sobre as 39 faltas que o jogo teve]. Não apelo aos nossos atletas para ‘matarem’ sempre as jogadas do adversário. Se não tivéssemos tido esta agressividade, teríamos muito mais problemas. O Benfica coloca muita gente no ataque e em zonas de finalização. A falta é para ser feita, dentro de um equilíbrio.
Dá-me um prazer enorme ver miúdos de 20 anos a fazerem uma exibição fantástica, contra um adversário fortíssimo. O Ibrahima Bamba esteve muito bem. É um dos nossos atletas a quem perspetivo um grande futuro. O André Amaro tem 20 anos e também jogou, e o Afonso Freitas tem 22. Satisfaz-nos esta resposta nestes ambientes, contra estes adversários.
Temos de nos agarrar àquilo que fizemos, frente a um adversário forte, mas, segunda-feira, começa a preparação para um jogo tão difícil como este [com o Paços de Ferreira]. Todas as equipas técnicas analisam os adversários. É difícil conquistar pontos no nosso campeonato. Conseguimos dar resposta, mas a exigência do campeonato não permite relaxamento. Isto dá-nos confiança sem a elevar em demasia.
A organização defensiva é essencial [acerca do registo de um golo sofrido em quatro jogos em casa], mas, para ganhar jogos, temos de marcar. No futuro, temos de colocar mais homens em zonas de finalização. Se pensarmos em defender, não conseguimos ganhar”.
– Roger Schmidt (treinador do Benfica): “Foi um jogo difícil. O Vitória jogou muito bem. Mostrou porque é que só sofreu seis golos até agora. Foi uma equipa muito bem ligada, ‘encurtando’ espaços.
Não estivemos ao melhor nível. Não tivemos muito movimento com a bola. Na segunda parte, tentámos melhorar a nossa abordagem, mas não criámos oportunidades suficientes [para ganhar].
Temos de aceitar que este resultado é justo. Não jogámos ao melhor nível, num estádio com muito boa atmosfera, com adeptos entusiastas a apoiar a equipa da casa.
Pode ser uma das razões para o jogo de hoje [a ida de jogadores às seleções]. Foi a primeira vez que não marcámos e que não criámos grandes oportunidades. Já jogámos muito melhor do que hoje.
Já mostrámos várias vezes que temos soluções para contornar equipas que defendem bem. Acontece a todas as equipas terem jogos em que não criam oportunidades.
[Enzo Fernández] não jogou muito nas últimas duas semanas [pela seleção da Argentina]. É um jogador muito importante e voltou a ter a oportunidade de jogar. Ele fez o seu trabalho.O lance [revertido pelo videoárbitro na área do Benfica] não é grande penalidade, parece-me claro”.