Declarações após o jogo SC Braga-Farense (1-0), da oitava jornada da I Liga portuguesa de futebol:
– Carlos Carvalhal (treinador do SC Braga): “Queria mandar um abraço à família do Vítor Oliveira [treinador que morreu no sábado]. Dos 19 amigos que tive no meu último aniversário, dois já não estão cá, o Dito e o Vítor Oliveira. Num curto espaço de tempo [morreram], têm sido meses muito duros, os dois com um passado como jogadores no Sporting de Braga, o Vítor também como treinador.
Sobre o jogo, o contexto não é nada fácil. O jogo de quinta-feira, para a Liga Europa [3-3 com o Leicester], foi extremamente intenso até ao último segundo. Hoje, era muito importante vencer, mas defrontámos uma equipa boa, muito bem organizada, sobretudo defensivamente, que nos criou muitas dificuldades.
Vencemos na parte final, mas foi de inteira justiça, podíamos ter marcado antes, uma bola no poste, boas defesas do guarda-redes.
Para o comum dos adeptos, meter três médios e tirar um avançado [Iuri Medeiros] seria um tiro sem pólvora, mas precisávamos de agarrar o jogo, solidificá-lo, ter mais capacidade de ter a bola. Depois, com a entrada do Schettine, arriscámos mais ainda e a vitória é inteiramente justa da equipa que mais fez para vencer o jogo.
A vitória é importante porque é melhor preparar o próximo jogo sobre uma vitória do que perder pontos. Já estamos focados no jogo com o AEK Atenas [quinta-feira, para a Liga Europa]. Estamos muito bem colocados para seguir em frente na Liga Europa, estamos na Taça de Portugal, na segunda fase da Taça da Liga, no campeonato estamos bem posicionados.
O Al Musrati está envolvido numa dinâmica boa, é um bom jogador, de construção, tem uma capacidade técnica muito elevada, joga para a frente o que não é muito comum num ‘6′, e faz golos, tem um remate potente, como os outros médios, estou muito satisfeito com a equipa toda”.
– Sérgio Vieira (treinador do Farense): “Quero deixar uma palavra de gratidão para Vítor Oliveira [treinador que morreu sábado], os sentimentos para os amigos e família. Lembro os valores humanos que nos deixou e a forma de o honrar é colocar em prática os valores enquanto homem.
Foi um jogo difícil, contra uma excelente equipa, com excelentes jogadores, um excelente treinador, um clube com um projeto fantástico, mas sentíamos que podíamos vir aqui fazer um grande jogo, lutar por pontos e levar a vitória.
Houve circunstâncias que não nos deixaram, algumas pela qualidade do Braga, outras pela questão da arbitragem.
Já vi dezenas de vezes o lance [do golo anulado] e é o Sequeira que faz o passe e é o VAR que diz que é Bilel. É um lance que pode mexer com o resultado, mas isso não tira mérito à vitória do Braga, o destino não quis assim.
A sensação que temos é que, para a equipa de arbitragem, o lance foi cortado pelo Sequeira. Dizem que há um ‘frame’ muito preciso em que se vê que é o Bilel que faz o passe. Mas, o futebol não é isto, é o que se vê a olho a nu e todos viram que é o Sequeira. Todos têm direito a errar, mas não se pode errar tanto, foi aqui, foi o golo com o Rio Ave que foi limpo.
Fica a nossa organização, atitude e compromisso, são coisas que levámos para o futuro, para conseguirmos o objetivo da época.
A paragem não foi nada positiva para nós e há dados concretos que comprovam isso. Vínhamos de uma vitória, de um bom momento, de muita confiança. Foram três semanas sem competição, na nossa região não há equipas para fazer jogos amigáveis, as do Campeonato de Portugal não fazem testes para a covid-19 e é muito arriscado. Perdemos dois ou três jogadores por lesão neste período. O campeonato é longo e temos a noção de que vamos realizar um campeonato bonito e que vamos acabar muito melhor do que começámos.
O Ryan Gauld é um jogador fantástico, com muita qualidade, com muito potencial, com uma personalidade excecional, um trabalhador, é dos que mais corre e mais trabalha, adapta-se bem a qualquer posição, vai chegar a equipas que podem lutar por títulos, em Portugal ou noutros países”.