Dono de supermercados em Barcelos e Famalicão oferece alimentos a quem mais precisa

“Pessoas que compravam todas as semanas seis litros de leite, passaram a levar dois”.

Ricardo Miranda engolia em seco de cada vez que um cliente habitual de um dos seus supermercados levava menos mercearia do que a habitual até então. Pessoas que compravam todas as semanas seis litros de leite, passaram a levar dois. O mesmo em relação a massas, arroz e pão. Gastavam “entre 20 a 30 euros” e agora “contam os trocos que por vezes nem chegam a três euros”.

Face a esta situação, o dono dos supermercados 123, com lojas em Vilar de Figos e Várzea (Barcelos) e em Vilarinho das Cambas (Famalicão) começou a perguntar aos clientes se estavam em dificuldades financeiras, questão a que alguns, de forma muito envergonhada, responderam que sim.

O empresário, que é também agenciador de espetáculos e músicos, como é o caso do famoso cantor Vítor Rodrigues, decidiu fazer algo para aliviar as privações destas famílias e começou uma campanha solidária para oferecer cabazes alimentares a quem mais precisa, não só entre os clientes mas para toda a população da região que atravesse dificuldades.

Para se habilitar aos apoios, as famílias devem contactar diretamente os supermercados (por telefone ou dirigir-se às lojas) ou através das redes sociais e de email.

“Sinto que há pessoas a passar muitas necessidades, não só entre os clientes mas também no mundo artístico, que não têm dinheiro para comprar arroz, massa, óleo ou até pão”, disse a O MINHO.

Vice-presidente há oito anos da IPSS Moinhos de Vento, Ricardo afirma conseguir distinguir entre quem realmente passa necessidade ou não, e tem feito também alguns contactos com presidentes de junta para validar a informação dos pedidos que têm chegado, e que até agora têm sido legítimos.

“Há uns dias veio aqui [a Barcelos] um casal de Viana do Castelo que tinha visto a nossa iniciativa. Ver a alegria e o sorriso no rosto daquela família valeu mais do que todo o dinheiro possível”, recorda o empresário.

Sobre os produtos doados, Ricardo afirma que o prejuízo acaba por não ser muito, uma vez que os inventários permitem perceber quais as marcas que não têm grande saída e acabam por não ser vendidas. “Então também reforçamos os cabazes com esses produtos”, esclarece.

Até agora, e no espaço de pouco mais de uma semana, Ricardo já entregou cabazes a doze famílias, e pretende entregar a mais 25 até final do mês de janeiro.

 
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